ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 20-12-2010.
Aos
vinte dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte,
Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta, Pedro Ruas e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Idenir Cecchim, João
Bosco Vaz, Maria Celeste, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mario Fraga,
Nelcir Tessaro, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador
Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução nº 040/10 (Processo nº 4255/10).
Também, foram apregoados os Ofícios nos 1123 e 1124/10, do senhor
Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
063 e 062/10 (Processos nos 4441 e 4436/10, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, do Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande
do Sul – CES/RS –; e Ofícios nos 908832, 908833, 908834, 908835,
908836, 908837, 908838, 923371 e 923372/10, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo,
foram aprovadas as Atas da Centésima Sexta, Centésima Sétima, Centésima Oitava,
Centésima Nona, Centésima Décima, Centésima Décima Primeira, Centésima Décima
Segunda e Centésima Décima Terceira Sessões Ordinárias e da Quadragésima
Quarta, Quadragésima Quinta, Quadragésima Sexta, Quadragésima Sétima,
Quadragésima Oitava e Quadragésima Nona Sessões Solenes. A seguir, o vereador
Pedro Ruas procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento solicitando
a formação de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar denúncias de
irregularidades no contrato entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o
Instituto Sollus. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro
Comassetto, pela oposição, João Antonio Dib, pelo Governo, Fernanda Melchionna,
Luiz Braz e Airto Ferronato. Na oportunidade, o vereador Paulo Marques formulou
Questão de Ordem em relação ao Requerimento anteriormente apresentado pelo
vereador Pedro Ruas, de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito para
apurar denúncias de irregularidades no contrato entre a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre e o Instituto Sollus, tendo-se manifestado a respeito o vereador
Pedro Ruas. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas e
Reginaldo Pujol. Em continuidade, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Mauro Zacher, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia de hoje ao dia vinte e
seis de dezembro do corrente, tendo o senhor Presidente declarado empossado na
vereança o suplente Mario Fraga, após a entrega de seu Diploma e Declaração de
Bens, bem como a prestação do compromisso legal e a indicação do nome
parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição
e Justiça. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo vereador Mauro
Zacher, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do suplente Luciano
Marcantônio em assumir a vereança do dia de hoje ao dia vinte e seis de
dezembro do corrente. Às quinze horas e trinta e três minutos, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/09 (Processo
2074/09), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por vinte e um votos NÃO
e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelo vereador Tarciso Flecha Negra, tendo
votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Idenir Cecchim, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro,
Maurício Dziedricki, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado
pela Abstenção os vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Nelcir Tessaro e Pedro Ruas. Na oportunidade, o senhor Presidente solicitou aos
ocupantes das galerias deste Plenário que colaborassem com o andamento dos
trabalhos da presente Sessão, tendo-se manifestado a respeito a vereadora
Fernanda Melchionna. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 058/10 (Processo nº 4244/10). Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 060/10 (Processo nº 4367/10),
após ser discutido pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Carlos Todeschini,
Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim, Sebastião Melo, Aldacir José Oliboni, Paulinho
Rubem Berta, Mario Fraga, João Antonio Dib e Dr. Raul Torelly. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 155/10
(Processo nº 3231/10), por vinte e seis votos SIM, tendo votado os vereadores
Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Após, foi apregoado Requerimento de
autoria do vereador Sebastião Melo, deferido pelo senhor Presidente,
solicitando votação em destaque para a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 009/10 (Processo nº 0452/10). Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 009/10 (Processo nº 0452/10), após
ser discutido pelos vereadores Sebastião Melo, Fernanda Melchionna e Tarciso
Flecha Negra. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 009/10, por três votos SIM e vinte e um votos
NÃO, após ser encaminhada à votação pelo vereador Sebastião Melo, em votação
nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol e Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Luiz Braz, Maria
Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulo Marques, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 009/10. Em prosseguimento, foi apregoada a
Emenda nº 04, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do
PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/10 (Processo nº 4226/10)
e foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando que essa
Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 032/10
(Processo nº 3262/10), após ser discutido pelos vereadores Engenheiro Comassetto,
Idenir Cecchim e Reginaldo Pujol e pela vereadora Sofia Cavedon. Em Discussão
Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nos
046 e 061/10 (Processos nos 3999 e 4386/10, respectivamente). A
seguir, o senhor Presidente informou a retirada do Projeto de Lei do Executivo
nº 035/10 (Processo nº 3549/10) da priorização para a Ordem do Dia da presente
Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Executivo nº 048/10 (Processo nº 4112/10), após ser discutido pela vereadora
Maria Celeste e pelos vereadores Mario Fraga e Toni Proença. Foi aprovada a
Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 048/10. Foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 048/10. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 023/10 (Processo nº 2882/10), após
ser discutido pelo vereador Dr. Raul Torelly e pela vereadora Fernanda
Melchionna. Em continuidade, por solicitação do vereador Paulo Marques, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma aos senhores Olívio
Elustondo, falecido no dia dezesseis de dezembro do corrente, e Antônio do
Amaral, falecido no dia de hoje. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/10 (Processo nº 4369/10). Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/10. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/10. Em
Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 014/10 (Processo nº 4243/10), após ser discutido pelos vereadores Adeli
Sell, Beto Moesch e Engenheiro Comassetto e encaminhado à votação pela
vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores João Antonio Dib, Dr. Raul Torelly,
Alceu Brasinha, Reginaldo Pujol, Adeli Sell, este pela oposição, e Mario Fraga.
Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/10, o
vereador Alceu Brasinha cedeu seu tempo de discussão ao vereador Adeli Sell.
Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 014/10, por cinco votos SIM, dez votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pelo vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon e Toni
Proença, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Raul Torelly, Elias
Vidal, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mario Fraga, Nilo
Santos, Paulinho Rubem Berta e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção os
vereadores Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Nelcir Tessaro e Pedro Ruas.
Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/10. Na
oportunidade, o senhor Presidente convidou para coquetel de confraternização de
final de ano a ser realizado às dezoito horas do dia de hoje, no saguão do
Plenário Otávio Rocha. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 012/10 (Processo nº 4226/10). Foram votadas
conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 01, 02, 03 e 04 apostas ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/10. Foi aprovado o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 012/10. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 054/10 (Processo nº 4227/10), após
ser discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Nelcir Tessaro, solicitando alteração na composição das Comissões
Permanentes para o ano de dois mil e onze, passando os vereadores Paulo Marques
e Elias Vidal e a vereadora Juliana Brizola a integrarem, respectivamente, a
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, a Comissão de Educação,
Cultura, Esporte e Juventude e a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos
e Segurança Urbana. Às dezoito horas e dezenove minutos, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Dr. Raul Torelly e Mario Fraga. Às dezoito horas e trinta e um
minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e
Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após aprovada
pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento,
será assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação as Atas
disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das 106ª, 107ª,
108ª, 109ª, 110ª, 111ª, 112ª e 113ª Sessões Ordinárias e das 44ª, 45ª, 46ª,
47ª, 48ª e 49ª Sessões Solenes. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Solicito ao Sr. 1º Secretário, Ver.
Bernardino Vendruscolo, que proceda à leitura das proposições apresentadas à
Mesa.
O
SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Questão de Ordem.
O SR. PEDRO
RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, eu tenho um Requerimento de CPI
que quero apresentar à Mesa e pegar o protocolo. Eu já o fiz no setor
apropriado e agora apresento a Vossa Excelência.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Pois não, Ver. Pedro Ruas.
(Procede-se à entrega do Requerimento de CPI.)
O SR. PEDRO
RUAS: Se
V. Exª me permite, só quero registrar que é em relação ao pedido que tínhamos,
desde janeiro deste ano, da CPI da corrupção na Saúde.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Pois não, Vereador.
O SR. PEDRO
RUAS: Só
para registrar sobre a pergunta que V. Exª me fez, peço até que seja feita a
conferência: no Requerimento de CPI constam exatamente doze assinaturas de
Vereadores. Muito obrigado, Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registramos o recebimento do Protocolo, feito
pelo Ver. Pedro Ruas. Esta Mesa tomará as providências fazendo o
encaminhamento.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, lideranças aqui presentes, trabalhadores da área da Saúde,
população de Porto Alegre, venho aqui em nome das Bancadas de oposição - PT,
PSOL, PSB - para continuar a discussão que fizemos hoje pela manhã, a Mesa
Diretora, sobre a Saúde de Porto Alegre, pois os problemas vêm-se arrastando ao
longo do tempo. Agora, há poucos minutos, tivemos a satisfação de colher a
décima segunda assinatura para o pedido de CPI, feito lá em janeiro de 2010.
Começamos o ano preocupados com o tema e concluímos dezembro com uma efetivação
e uma investigação mais profunda. Portanto, isso se instala.
Também temos um debate sobre a reforma do
sistema da Saúde da Família, para o qual já foi feito um acordo, desta tribuna,
com o Executivo Municipal. Já foi feito um Termo de Ajustamento de Conduta no
Ministério Público, já foram feitos inúmeros acordos, e até hoje nenhum foi
concretizado, nenhum foi concluído. Com isso, o tema da Saúde de Porto Alegre,
principalmente a Saúde da Família, continua com os seus diversos problemas,
quer sejam de ordem funcional, de ordem contratual ou no atendimento do tema lá
com a população.
Pois bem, o Sr. Prefeito Municipal José
Fortunati enviou a esta Casa no final do ano, em torno do dia 10 de dezembro,
um Projeto de Lei propondo nova modelagem para a Saúde da Família, criando a
Fundação Municipal. É um tema que merece ser analisado, e analisado com
profundidade, é um tema que merece o debate na cidade de Porto Alegre.
Nós tivemos o prazer de receber aqui, na última
quinta-feira, a convite do Presidente Nelcir Tessaro, o Prefeito Jairo Jorge,
de Canoas, que tem um Projeto semelhante tramitando em Canoas. O Prefeito Jairo
Jorge relatou aqui, entre diversos pontos, o seguinte: “Nós estamos com esse
Projeto constituído, e há dois anos é feito o debate na Cidade, em todas as
regiões, com todas as entidades, com todos os setores”. E, hoje pela manhã,
tentamos estabelecer um acordo de não encaminharmos esse Projeto da Fundação em
regime de urgência, mas ficamos sem esse acordo constituído. O Executivo diz
que é um Projeto que vem para resolver, mas há inúmeras dúvidas, ele muda o
sistema, então não podemos votá-lo de afogadilho - e não devemos,
principalmente quando não se tem acordo.
Acabamos de receber um documento com 20
assinaturas de entidades em desacordo com o conteúdo do Projeto. Eu não quero
entrar no conteúdo; quero entrar no tema do tempo em que aqui chegou o Projeto
e do tempo que precisamos para discutir, para votar, para aprovar o Projeto.
Nesse sentido, venho apelar ao Ver. João Antonio Dib, em nome da Bancada de
oposição, que não apresente o seu Requerimento de urgência, porque este é um
tema de toda a Cidade e merece uma discussão com profundidade. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PAULO MARQUES
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho em mãos uma cópia,
entregue há poucos instantes pela oposição, pedindo a CPI da corrupção na
Saúde. Eu gostaria de ter um esclarecimento da Casa - vou protocolar isto em
seguida: consta no pedido a assinatura da então Verª Neuza Canabarro, que hoje
não é Vereadora. Isto está sendo protocolado hoje. Então, eu gostaria que a
Casa se pronunciasse se esta assinatura é válida para constituir as 12
assinaturas necessárias.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Paulo Marques, nós recebemos o protocolo do
Ver. Pedro Ruas, e a Mesa vai encaminhar, assim como encaminhou os outros
pedidos de CPI. Esta Mesa não vai fazer discussão de mérito neste momento. Isto
vai ser encaminhado pela Mesa. Certo, Vereador?
O SR. PEDRO
RUAS: Atento
ao que falava o Ver. Paulo Marques, apenas quero relembrar - aliás, foi matéria
pública, foi bastante divulgada na imprensa - que, quando a Verª Neuza
Canabarro assinou o Requerimento, ela o fez neste plenário, houve fotos
divulgadas na imprensa, portanto ela estava no pleno exercício de mandato.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Certo, Vereadores, foi feito o registro. A Mesa
vai tomar as medidas necessárias.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras; em primeiro lugar, eu quero
confirmar que a Saúde vai mal em Porto Alegre. Não só em Porto Alegre como em
todo o Brasil. E há um único culpado: chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, que
por várias vezes impediu a votação da regulamentação da Emenda Constitucional
nº 29, que daria, uma vez regulamentada, 10% dos recursos da arrecadação
tributária da União para a Saúde do País. E a Constituição diz que saúde é
direito de todos e dever do Estado. E o “doutor” Lula, que tem 87% de aprovação
da população pela sua “brilhante” administração, deixou mal a Saúde. A Saúde
usa 4% da arrecadação tributária para resolver os problemas em todo o País, e, muitas
vezes, fez-se suplementação ao Governo em cima dos 4%. Portanto, vai mal, mas
tem culpado. E mais: Porto Alegre, ao longo dos oito anos do Presidente Lula,
recebeu menos recursos do que recebia antes. Também, já contabilizei, em sete
anos, 225 milhões de reais a menos do que fosse apenas pela correção
inflacionária.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há uma febre
de Comissão Parlamentar de Inquérito aqui nesta Casa. O Vereador que me
antecedeu, com muita pressa, levantou uma Questão de Ordem pela assinatura da
ex-Vereadora Neuza Canabarro. Eu tenho para mim que realmente essa Comissão de
Inquérito não pode contar com a assinatura da ex-Vereadora Neuza Canabarro. Mas
eu olho a Lei Federal nº 1.579 , que diz, com todas as letras, que a Comissão
de Inquérito se encerra na Sessão Legislativa. Pode admitir a assinatura da
Verª Neuza Canabarro, pode admitir! Este documento aqui está datado de 21 de
janeiro de 2010. O mandato dela encerrou em janeiro de 2010. Mas eu não quero o
mandato dela. No dia 31 de dezembro de 2010, encerra-se a Sessão Legislativa, e
ela não é Vereadora. Ela era Suplente na Legislatura anterior e, depois, com a
eleição de outros colegas para outras funções, tornou-se titular, chegou
inclusive a ser Vice-Presidente da Casa, uma excelente Vereadora, não tenho
nenhuma restrição a ela.
Aliás, ela assinou aqui como Suplente,
desculpem-me. Ela assinou aqui já como Suplente, substituindo o Ver. Tarciso,
conforme informa o Paulinho. Ela realmente não está no exercício. Provavelmente
alguém a fará retornar ao Plenário: o PDT retira alguém aí e faz com que ela
volte. Então, aí eu acho que nós temos condições. Agora, ela não é titular, e o
PDT tem outros Suplentes antes dela e que estão em exercício da função. Tenho
todas as dúvidas do mundo quanto à assinatura da Verª Neuza Canabarro. Ela é
Suplente, como foi Suplente na Legislatura anterior. Fica estranho valer uma
assinatura quando há outro Vereador no lugar dela. Eu não sei como
contabilizar.
Fico preocupado com a quantidade de Comissões
Parlamentares de Inquérito e outras coisas mais que acontecem. Depois de
realizarmos uma Comissão Parlamentar de Inquérito, o que fazemos? Se chegamos a
alguma conclusão, mandamos ao Ministério Público. E essas coisas aqui já estão
lá há muito tempo, assim como na Polícia Federal e na Polícia Civil. Saúde e
PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores, Vereadoras, municipários e
companheiros da Saúde que estão hoje no Plenário da Câmara, não há Sessão mais
propícia do que esta para a participação da sociedade organizada, quando
tratamos de maneira desigual dois temas que são muito, mas muito delicados.
O primeiro - e aí, Ver. João Antonio Dib, Líder
do Governo, aproveito para lhe responder - tem a ver com a instalação de uma
CPI: houve 11 meses de luta para que ela saísse do papel. Uma Comissão
Parlamentar de Inquérito, Franco, para esclarecer onde estão os nove milhões de
reais da Saúde Pública, em Porto Alegre, que foram desviados pelo Instituto
Sollus, a partir de um processo de terceirização; nós queremos ver quais são os
agentes públicos envolvidos nesse processo. Até hoje o Parlamento Municipal não
cumpriu a sua responsabilidade de investigação, não cumpriu aquilo que
determina a Constituição Federal, que é fiscalização do Executivo, quando nós
estamos debatendo recursos suficientes para vinte postos a mais da Equipe de
Saúde da Família em Porto Alegre.
Sobre a Neuza Canabarro - era isto que eu
gostaria de responder: a Vereadora estava no exercício do seu mandato;
evidentemente, assumiu enquanto titular quando assinou a CPI. Então, se não
pode assinar CPI, se não pode fazer Projetos, o Suplente não poderia assumir, e
há vários Projetos, inclusive de alguns que estiveram na suplência, que foram
votados nesta Casa.
A Câmara, o Parlamento, as entidades e a
sociedade deveriam parabenizar a existência de uma CPI, deveriam dizer: “Que
bom que agora vai haver uma Comissão Parlamentar de Inquérito! Que bom que não
passarão à toa os milhões de reais dos porto-alegrenses que foram desviados
pela terceirização, que é a porta aberta da corrupção! Que bom que nós vamos
poder investigar a empresa Reação, que tem muitos dos seus sócios lá no
Presídio Central por envolvimento ou por uma ficha corrida de dar inveja a
muitos bandidos!”. Nós queremos saber! Inclusive, o Ministério Público - já
falei para o Ver. Nilo Santos, muitas vezes nós debatemos o assunto nesta
tribuna - indiciou a própria quadrilha lá da Reação como mandante do
assassinato do Secretário Eliseu Santos. Então, esta Casa tem que investigar, e
nós temos que dar os parabéns pela investigação.
Ao mesmo tempo, venho à tribuna novamente fazer
um apelo, junto com todos os que estão aqui hoje, para que não se vote
Requerimento de Urgência de um Projeto que chegou na Câmara dia 24 de novembro
de 2010. Que a gente não repita o que os Deputados Federais fizeram; eles, aos
45 minutos do segundo tempo, aprovaram um aumento de 60% do seu próprio
salário, lá em cima, enquanto a população estava pensando no Natal. A população
de Porto Alegre não merece - eu sei que é outro o Projeto que nós estamos
debatendo - que votemos um Projeto tão sério para a Saúde Pública Municipal no
dia 23 de dezembro. A população de Porto Alegre merece uma Audiência Pública,
merece ouvir o contraditório, merece que haja debate de verdade.
E quero dizer que muitos têm sido os argumentos
no sentido de que houve debate sobre a Fundação de direito privado. Não houve
uma Audiência Pública na Casa para ouvir o Sindicato dos Municipários, para
ouvir o Simers, para ouvir o Conselho Municipal de Saúde, para ouvir os Agentes
Comunitários; não houve uma Audiência Pública nesta Casa para discutir a
Fundação de direito privado! Não houve sequer direito ao contraditório quando
trouxeram o Prefeito de Canoas para discutir a Fundação de direito privado em
Canoas, à qual nós - digo nós, do PSOL - também somos contrários; estamos com
os trabalhadores de Canoas contra a privatização da Saúde. Não houve sequer o
direito ao contraditório aqui na tribuna da Câmara Municipal.
Nós não podemos aceitar que se atente contra a
Constituição, que ela seja ferida. No seu art. 39, ela prevê que é o regime
estatutário que rege o serviço público. Nós não podemos aceitar que haja uma
Fundação de direito privado para cuidar da saúde, que é um direito de cada
cidadão, e é dever do Estado dar a cada cidadão acesso à Saúde Pública. Nós não
podemos aceitar que o Secretário Municipal da Saúde seja o Presidente da
Fundação, o Presidente do Conselho Curador e que, de fato, se institua um
imbróglio, um elefante branco, com menos controle social e um penduricalho de
cargos para gerenciar o Programa de Saúde da Família em Porto Alegre! Nós não
podemos aceitar a lógica da privatização, da terceirização e do desmonte do
serviço público. Mas... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, ou esta Casa tem respeito ou então é melhor não trabalhar, porque,
se as pessoas vêm aqui e não respeitam o Plenário...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. LUIZ
BRAZ: A
Casa é do povo, mas não é de meia dúzia de pessoas! A Casa é de toda a
sociedade! A Casa não é de meia dúzia de pessoas que vêm aqui para bagunçar!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicitamos silêncio às galerias, há um Vereador
na tribuna, e ele deve ser respeitado.
O SR. LUIZ
BRAZ:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero dizer
que todas as pessoas que vêm a esta Casa são muito bem-vindas, só que elas
devem chegar aqui e respeitar esta Casa como instituição. Se assim não for,
devem ser tratadas exatamente como aquelas pessoas que não respeitam a lei e
devem ser colocadas para fora deste Plenário - assim deve ser, assim deve ser!
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós não estamos
tratando aqui, quando se fala da Fundação, de uma fundação privada; estamos
tratando de uma Fundação pública de direito privado, são coisas diferentes. Eu
quero que alguém, neste Plenário, Ver. Ferronato, meu amigo, possa me dar
exemplos hoje, no Direito atual, de Fundações públicas de direito público que
estejam realmente em pleno funcionamento e trabalhando bem, em prol da sociedade.
Eu quero que me tragam exemplos. Temos várias figuras de Fundações públicas de
direito privado - isso nós temos -, porque precisamos fazer com que a coisa
pública seja gerida de uma forma a possibilitar a ampla participação, tanto de
pessoas ligadas aos entes públicos como de pessoas ligadas ao conjunto de toda
a sociedade. Assim funciona, por exemplo, a EPTC há bastante tempo, e nós temos
vários exemplos da Administração Pública que funcionam exatamente assim. Então,
não é válido o argumento de que não se pode fazer esse tipo de instituto. Não,
nós podemos. O que nós podemos discutir aqui é se este é o momento de fazermos
com que um instituto desse porte esteja à frente da gestão que pretendemos. Mas
que pode, pode. Não podemos fazer essa discussão.
A Verª Fernanda falou, e eu concordei com ela,
que não dá mais para suportar o problema das terceirizações, que não é um
problema deste Governo, já vem de outros. No campo da Saúde, o problema das
terceirizações tem causado, realmente, muito prejuízo, então nós temos que
fazer uma modificação. Vossa Excelência mesma é testemunha, tem estudado
bastante o processo, sabe que, se o Projeto que o Prefeito ofereceu a este
Plenário não foi o ideal, já veio bastante diferente, trouxe um avanço
significativo para fazermos essa discussão com relação à gestão da Saúde de uma
forma bem melhor para todos nós na sociedade.
Sei que estou usando o meu tempo de Liderança
para fazer esta discussão, que poderá ser aprofundada depois, quando estivermos
usando outros tempos ligados diretamente a este Projeto, mas essa discussão,
Ver. Engenheiro Comassetto, deve ser feita olhando realmente aquilo que é o
melhor para o conjunto da sociedade. Eu sei que todos têm direito de vir aqui
fazer os seus protestos, fazer a defesa das suas corporações, mas, com toda
certeza, nós, Vereadores, temos a obrigação de discutir esse assunto e tentar
fazer o melhor para o conjunto de toda a sociedade. É assim que nós vamos
fazer.
(Não revisado pelo orador.)
(Manifestação das galerias.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, nossa saudação a todos. Eu
estava acompanhando as manifestações sobre o tema que se debate. Acompanhei,
por último, a manifestação do amigo Ver. Luiz Braz, quando tentava explicar que
a Fundação tem que ser pública e de direito privado, porque, se não for de
direito privado, talvez, de acordo com o Vereador, ela não funcione ou, se
funcionar, ele deu a entender, funcionaria mal. A salvação da pátria, então,
seria a Fundação pública de direito provado - eu discordo radicalmente dessa
posição.
Eu tenho uma trajetória, já falei “n” vezes, de
trinta e cinco anos no serviço público. Trabalhei na União, no Estado do Rio
Grande do Sul e no Município de Porto Alegre, então tenho cá minhas décadas de
experiência sobre o que é o serviço público. É claro que eu não poderia aqui,
em dois minutos, fazer uma exposição maior sobre o tema. Agora, o serviço
público funciona, sim, muito bem. Claro que temos as nossas deficiências, como
também as tem o setor privado. Aliás, o País debate há décadas a questão do
tamanho do Estado, e, nesse debate, nós também sempre compreendemos a
importância do setor público, meu caro Ver. Bernardino. Não posso compreender
por que, numa rapidez extraordinária, sem nenhuma discussão na Câmara, sem
nenhuma discussão com as entidades vinculadas à área, o Prefeito Municipal, a
quem respeito e quero bem, encaminha para cá um Projeto e pretende que se vote,
sim, no afogadilho, sem nenhuma discussão maior.
Voto contra este Projeto, pelo que eu acredito,
dentre outras coisas, a Saúde - repito, a Saúde - tem que ser cuidada pela
representação máxima do cidadão, que é, no caso aqui, a Prefeitura de Porto
Alegre e a Câmara. (Palmas.) Não é possível nós privatizarmos a Saúde - repito,
privatizarmos a Saúde -, sem nenhum debate na Capital da democracia
participativa, que é Porto Alegre! Porto Alegre deu exemplo ao mundo - deu e
vai dar - de participação popular. Não sei por que cargas-d’água, agora em
quatro, cinco dias, sem nenhuma discussão, se quer enfiar goela abaixo a
administração estratégica da Saúde a uma instituição de direito privado. Eu sou
radicalmente contra isso, vamos debater mais o assunto. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. PEDRO
RUAS: Meu
caro Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Vereadoras, Vereadores, público que nos
assiste e nos dá a honra da presença no dia de hoje; de fato, é uma tarde de
segunda-feira singular. Por algum motivo que me chama muita atenção, bastante
mesmo, aquilo que é prioridade dos gaúchos, particularmente dos
porto-alegrenses que aqui representamos... A Saúde, nesta tarde, é finalmente
uma prioridade absoluta para o bem e para o mal. Por que eu me manifesto desta
maneira? Porque, na verdade, nós temos aqui uma discussão seriíssima sobre a
tal da Fundação pública de direito privado, um tema debatido nacionalmente, mas
que aqui em Porto Alegre assume uma relevância maior. E nós entendemos que
enfrentamos uma discussão açodada, apressada, e o seu conteúdo contém equívocos
históricos que podem comprometer, por muitos anos, a gestão da Saúde Pública em
Porto Alegre. Temos a nossa posição - a Verª Fernanda Melchionna já se
manifestou -, a posição do PSOL, que é contra, sim, o Projeto, é contra essa
Fundação pública de direito privado.
Mas não discutimos só este item da Saúde no dia
de hoje. Discutimos, também, com a mesma crítica de açodamento, de falta de
debate, a questão do IPE, a questão da vinculação. Nós temos que ter claro que
são debates que, pela sua relevância, precisam, sim, de um tempo maior, e é
necessária uma consulta às entidades representativas de operadores da Saúde
nessas áreas. Nós temos trabalhos do Simers, cumprimento aqui a Direção; do
Conselho de Saúde, do Simpa, de todos envolvidos - desculpem-me por aqueles que
não menciono -, de todos que se envolvem e que querem esse debate, Verª
Fernanda Melchionna. Ao mesmo tempo, eu não consegui ver, em nenhum momento, a
pressa do Governo Municipal para a instalação da CPI da Saúde em Porto Alegre,
tanto que demoramos exatamente 11 meses para chegar às 12 assinaturas
necessárias. Chegamos, aliás, no dia de hoje.
A Srª Fernanda
Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pedro Ruas, eu queria
agregar ao seu pronunciamento em relação à Fundação de direito privado, Projeto
enviado pelo Governo, dois temas que são fundamentais na nossa avaliação - na
minha e na sua. O primeiro é em relação à solicitação do Fórum de Entidades em
Defesa do SUS de uma Audiência Pública: ele sequer teve resposta da Câmara Municipal.
Um Fórum de todas as entidades solicita ao Parlamento uma Audiência Pública
para tratar do tema e sequer recebe resposta, e, ao mesmo tempo, vemos a pressa
do Executivo em votar um Projeto nefasto, na nossa opinião, para a Saúde
Pública.
Em segundo lugar, eu gostaria de relembrar a
discussão que houve em relação ao Projeto de Lei nº 092, de 2007, no Congresso
Nacional, que previa uma Fundação de direito privado para gerenciar hospitais
federais. O Projeto teve que ser retirado do Congresso Nacional em função da
luta das entidades que reivindicam o SUS, que reivindicam a Constituição
Federal no que tange ao dever que o Estado tem a cumprir para com a Saúde
Pública. Então, aquelas gerações que, em 1988, protagonizaram verdadeiras lutas
para que o Brasil tivesse uma das legislações mais avançadas, criando o Sistema
Único de Saúde, estão, neste momento, vendo a possibilidade de retrocesso sendo
encabeçada pelo Executivo, e eu espero que não pelo Parlamento, espero que este
Parlamento rejeite o pedido de urgência e faça o que é solicitado pelas
entidades: no mínimo, um debate. Nós esperamos a rejeição desta proposta.
(Palmas.)
O SR. PEDRO
RUAS: Obrigado,
Verª Fernanda Melchionna. Nesse sentido nós nos manifestávamos. Quero fazer um
registro: o Hospital Porto Alegre está presente. Enfim, são tantas pessoas,
tantos militantes, tantos servidores, tantas pessoas ligadas à área da Saúde,
que merecem, senão a concordância plena com as suas teses, e nós a temos, o
respeito. Pelo menos o respeito! E o respeito se traduz, minha cara Presidente
Carmen, numa discussão, num debate sério, numa oportunidade para que os
operadores da área da Saúde possam se manifestar, e, assim, poderemos tirar
conclusões que digam respeito e tenham relação com os interesses maiores de Porto
Alegre.
Eu falava antes, Vereadores e Vereadoras, no
protocolo que fizemos, há poucos minutos, do Requerimento que solicita a CPI da
corrupção na área da Saúde. O Ministério Público Federal, no final de 2009,
Ver. Mario Fraga - a quem saúdo com alegria neste Plenário, de onde nunca
deveria ter saído -, apresentou denúncias seriíssimas, por valores da época,
sobre o Programa de Saúde da Família - o Conselho Municipal de Saúde, aliás,
foi brilhante nesse aspecto -, sobre a fraude que envolveu a terceirização com
o Instituto Sollus, no Programa de Saúde da Família, que atende à população
pobre - pobre, pobre mesmo! - de Porto Alegre, população que não tem outro
acesso à Saúde, que não tem outro acesso à Medicina senão aquele. Pois essa
fraude envolveu quase dez milhões de reais, em valores da época.
Aqui abro um parêntese para dizer o seguinte: é
interessante que no nosso País, onde tudo sobe, onde tudo se atualiza,
começando pelos vencimentos da área pública lá em Brasília, os valores de
corrupção nunca se atualizam. Esses dez milhões, de 2009, obviamente seriam
outros valores, superiores, ao final de 2010. Fecho o parêntese.
Pois bem, o que queremos é a investigação de
tudo o que ocorreu em relação ao Instituto Sollus, de tudo o que esteja
relacionado com isso, e a devolução ao Erário Municipal dos valores desviados.
Não custa lembrar, Ver. Nilo Santos, Ver. Brasinha, Ver. DJ Cassiá, que nós
tivemos na Saúde o famoso episódio da empresa Reação, cujos proprietários estão
no Presídio Central acusados, pelo Ministério Público Estadual, de mandantes da
morte do Secretário da Saúde Eliseu Santos. Então, vejam do que tratamos! Vejam
a gravidade dos temas e o que eles trazem para a Saúde de Porto Alegre.
Hoje, repito, é uma tarde singular, porque nós
tratamos quase que integralmente, numa tarde - agora, aqui! - de temas que
dominaram a discussão pública durante os anos de 2009 e 2010. Mas temos que ter
a clareza, a consciência, a responsabilidade, Ver. Engenheiro Comassetto, de
alargarmos - no sentido horizontal e vertical, incluindo o tempo - essas
discussões. Temos que tomar as medidas corretas no tempo devido: a CPI já
deveria ter ocorrido há muito tempo. Mas a discussão e a votação de alguns
Projetos nesta Casa, tratados com urgência, obviamente antecipam o tempo em que
a população gostaria de ver realmente as coisas decididas.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Primeiro, quero cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento. Foi contestada
a assinatura da Verª Neuza Canabarro, e o nosso Regimento é muito claro, ele
diz que a assinatura de qualquer Vereador, no exercício da sua função, tem
validade em qualquer momento, e a Verª Neuza estava no exercício do seu
mandato. Até mesmo Suplentes, quando assumem, assinam projetos. Os projetos
ficam tramitando, e depois nós os votamos; o peso é o mesmo, o Regimento
determina isso. Queria fazer este registro. A segunda questão é sobre o Projeto
de criação da Fundação, que aqui está. Este Projeto não é o único do Executivo,
há mais vinte Projetos que estamos analisando. Este Projeto chegou há 15 dias
nesta Casa, e, em 15 dias, é impossível fazermos um diálogo com a Cidade,
inclusive para o contraditório. E eu digo mais: esta Casa, junto com o
Ministério Público, fez um acordo com o Executivo em 2007, a fim de que fosse
enviado um projeto para a realização do concurso público, e até hoje esse
projeto não chegou. Portanto, há um precedente que precisamos, sim, analisar em
conjunto neste momento. Por isso, nada de afogadilho.
O SR. PEDRO
RUAS: Muito
obrigado, Ver. Comassetto. Eu agradeço seu aparte, participo da opinião de
Vossa Excelência.
Essa questão da Fundação representa, Verª
Fernanda, um debate nacional e, aqui em Porto Alegre, apresenta
particularidades. Nós temos situações especiais aqui, não existe nenhum motivo
para que esse debate não seja democrático, que leve o tempo que levar, ele
precisa efetivamente da análise de todos os que têm relação com o tema
proposto.
Entendemos e respeitamos as posições em
contrário, mas essa Fundação pública de direito privado não é adequada para a
Capital do Estado - não é adequada para Porto Alegre! Agora, é um debate,
esta é a nossa posição; temos que ter, efetivamente, um debate sério,
consequente, que nos leve a conclusões acertadas e ao melhor para a Cidade. O
tempo urgente, Ver. Comassetto, é, sim, o da CPI da Saúde, que já tem, no
mínimo, um ano de atraso.
A Srª Fernanda
Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pedro Ruas, eu queria
adendar que, nacionalmente, o Projeto teve que ser arquivado por conta de sua
inconstitucionalidade. O Projeto nacional, o de nº 092, de 2007, tinha o mesmo
problema: feria um dos principais preceitos da nossa Constituição, o de que a
Saúde é dever do Estado. Alguns Municípios da Região Metropolitana que estão
tentando fazer esse projeto de privatização e terceirização da Saúde já
receberam pareceres e Ações de Inconstitucionalidade. Portanto, não faz sentido
que a Prefeitura queira aprovar agora, no afogadilho, no final do ano
legislativo, um Projeto que não só é nefasto para a Saúde como também é
inconstitucional.
O SR. PEDRO
RUAS: Obrigado,
Verª Fernanda.
Eu repito a nossa posição de uma forma bastante
veemente, gostaríamos que fosse um alerta para toda a Cidade. E faço uma
reflexão: que urgência é essa que tem o Governo Municipal a respeito desses
temas relacionados à Saúde e que falta de pressa, que desinteresse, que posição
contrária tem à investigação que a CPI deveria promover e que, a partir de
agora, pode fazê-lo em relação à Saúde em seu todo em Porto Alegre? São
posições muito contraditórias! Essas contradições nós vamos colocar, sim, para
exame do Plenário. Queremos que os operadores da Saúde do Município façam a
mesma reflexão: por que não é importante investigar lá? Por que é urgente
aprovar aqui esse tipo de Projeto do Executivo? Por que em nenhum momento se
abre a discussão? Todos poderão se manifestar, poderemos fazer um levantamento
completo da situação e chegar a conclusões que, se não forem unânimes, pelo
menos representarão um mínimo de consenso. Todas as reflexões são agora
necessárias, importantes. O que é urgente, de forma absoluta, o que é
necessário agora, é representar com coerência, seriedade e eficácia os
interesses maiores do povo de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, o Grande Expediente que se realiza no dia de hoje, por
circunstância, vem sendo adiado há vários dias. Eu tinha a disposição de,
quando este espaço especial se abrisse para mim, fazer um exame do momento
político brasileiro, em transição devido aos resultados eleitorais dos últimos
pleitos da área federal e estadual, mas as circunstâncias nos dominam, e eu não
posso deixar de enfrentar hoje os temas que estão em debate na Casa, porque
seria uma grave omissão da minha parte.
Antes de mais nada, quero deixar bem claro que
também estou vivendo esta paradoxal situação, que, pelo visto, é vivenciada
pela grande maioria das pessoas que se encontram nesta Casa, tanto no plenário
como nas nossas dependências públicas. Vejo que as mesmas pessoas que querem
urgência na prorrogação do convênio com o IPE não querem que se vote a
instituição da Fundação, proposta pelo Governo Municipal. Eu quero, com toda a
sinceridade, dizer que, para essas matérias, é possível que haja necessidade de
um debate mais amplo, desde que tenhamos a certeza de que não estamos
enfrentando posições preconcebidas, que evidentemente geram reação em sentido
igual e contrário. Quando vejo que se quer, a qualquer custo, a aprovação do
convênio do IPE sem levar em conta que esse convênio pode determinar o
fechamento do Hospital Porto Alegre, eu tomo posição. Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras...
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito aos que estão nas galerias que façam
silêncio, porque há Vereador na tribuna, e ele deve ser respeitado. Ver.
Reginaldo Pujol, seu tempo está assegurado.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu
já vivi nesta Casa, como protagonista, uma situação muito desagradável que
jamais vou esquecer. Aqui, para se atender a apetites não bem esclarecidos,
muitos dos quais hoje não saciados e arrependidos, terminou-se, acabou-se com o
Montepio da Família Municipal! Eu não vou contribuir com a minha pressa para
que se feche um hospital de Porto Alegre! Aos que não me compreendem, um aviso
final e derradeiro...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, peço que me compense o tempo.
Não vão me calar!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O seu tempo está assegurado, Vereador. Solicito
às galerias que façam silêncio quando um Vereador estiver na tribuna. Todos
vocês são muito bem-vindos a esta Casa, mas, quando os Vereadores estiverem na
tribuna, façam silêncio. Após, os senhores podem se manifestar.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero oferecer aos
que têm posição contrária à minha uma breve sugestão: se querem mudar as minhas
posições, não me pressionem. Não pensem que, aos 71 anos de idade, vou me
deixar violentar por alguns gritos histéricos que estão ocorrendo aqui no
plenário. Não acreditem nisso.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. REGINALDO
PUJOL: Aliás,
Ver. João Dib, a quem toda a Cidade deve respeito, V. Exª, o Ver. Toni Proença
e o Ver. Dr. Raul sabem que, hoje pela manhã, na Reunião de Lideranças, eu
propus, e nós todos concordamos, que, se o processo que envolve o convênio com
o IPE e o que envolve a Fundação forem votados neste ano, que seja numa Sessão
Especial, na quinta-feira, com toda a possibilidade de debate e de diálogo, sem
nenhum tipo de escaramuça. Agora, Ver. Dib, autor do Requerimento que pede a
urgência, V. Exª está ganhando um parceiro solidário. Esses gritos que estou
ouvindo aqui mexem comigo. Eu nunca vi alguém sustentar bem uma posição na base
do grito histérico. Nunca vi! Por isso, quero dizer, Ver. Braz, com a tranquilidade
de quem já colocou posição em outros fóruns, sem nunca escamotear, que eu não
acho que estejamos discutindo aqui pura e exclusivamente o problema do estatal
e do privado. Eu, entre o estatal e a sociedade, vou ficar sempre com a
sociedade. São as minhas convicções. Se eu entender que, para atender melhor a
sociedade, seja necessária a opção por uma entidade privada, não terei o menor
temor de a fazer. Fico tranquilo, não vou ter necessidade de mudar a posição!
Sempre tive esta posição aqui!
(Manifestação nas galerias.)
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Eu tenho a obrigação de ter tranquilidade e de encaminhar o assunto. Não posso
apelar para a histeria, Ver. Paulinho, ou mover-me por empolgação
desnecessária. Eu tenho obrigação de ser sereno e quero que todos aqueles que
tenham interesse nessas duas situações e que aqui se encontram tenham a
tranquilidade de saber que, se depender de mim, não teremos decisões que não
sejam serenas e bem refletidas. Repito: dependendo de mim, qualquer coisa que
prejudique o nosso Hospital de Porto Alegre terá posição contrária.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Tenho convicção de que muitos dos que hoje querem o fechamento do Hospital
Porto Alegre não sabem o que estão fazendo. Não sabem o que estão fazendo! Eu
tenho a esperança...
(Manifestação nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicitamos às galerias que permaneçam em
silêncio, há um Vereador na tribuna. Se as galerias continuarem se manifestando
enquanto os Vereadores estiveram na tribuna, vamos solicitar à Segurança da
Casa que retirem essas pessoas. Vamos respeitar o Vereador.
Ver. Reginaldo Pujol, o seu tempo está
assegurado.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; tranquilamente, eu entendo como parte do jogo democrático tudo
que está acontecendo aqui na Casa. Eu só faço um apelo não ao distinto público
que hoje nos prestigia com suas presenças, faço um apelo aos colegas
Vereadores: que nós não sejamos tomados por esse clima de passionalismo no
enfrentamento dessas situações! Se isso ocorrer, Ver. Dib, eu vou me declarar
derrotado. Mas eu tenho a viva expectativa de que isso não ocorra. Afinal, por
exemplo, no que diz respeito ao Hospital Porto Alegre, vejo que opiniões das
mais diversas correntes políticas são coincidentes com a minha.
Relativamente ao aspecto da Fundação pública de
natureza privada, que está em discussão, acho que ela merece uma discussão
aprofundada, sem preconceito de nenhuma ordem. Eu sou absolutamente tranquilo
para me posicionar, se for o caso, em postura diversa daquela que alguns já
tomaram, no momento, de absoluta solidariedade, ou pró ou contra. É claro que
eu não vou mudar em função dos gritos que tenho ouvido! É claro que a minha
posição vai ser dada em função de outras circunstâncias, até porque, se eu me
convencer de que a sociedade de Porto Alegre é beneficiada com este Projeto, eu
fico com ele; se eu entender que ela é prejudicada, eu fico contra ele! Se eu
entender que ele precisa ser modificado e que as quase quarenta Emendas que
foram apresentadas contribuem para a sua melhoria, para o seu aperfeiçoamento,
eu vou trabalhar pela aprovação das Emendas e, depois, vou trabalhar pelo
Projeto.
Eu quero deixar tudo isso muito claro, Sr.
Presidente, tudo isso eu farei na tranquilidade, na isenção e, sobretudo, sem
preconceito. Quem tem posição é autorizado a mudar de posição. Quem não tem
posição e quem tem, pelo contrário, dogmas de que acha que tudo que é privado é
ruim ou de que tudo que é público não presta, de que o serviço público não
anda, de que as entidades privadas só servem para passar recursos do povo para
determinados grupos, quem tem esse tipo de posição não merece nem ter um
mandato parlamentar. Eu não tenho, a minha posição política só admite um dogma:
o dogma de não ter dogma. Eu não tenho dogma algum. Não sou homem de
preconceito. Por isso acho que essa discussão que se estabeleceu, e não foi
pela minha vontade, nesse clima, deve retomar a um rumo correto: o do debate
esclarecedor, e não o do debate epidérmico; o rumo do debate que busque
esclarecer, superar dúvidas.
Evidentemente, Sr. Presidente...
(Manifestação nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicitamos silêncio às galerias. Há um
Vereador na tribuna. Ver. Reginaldo Pujol, por favor, continue o seu
pronunciamento.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Quero, mais uma vez, deixar claro o seguinte: aviso às pessoas que discordam de
mim que, quanto mais se manifestarem, mais tempo ficarei na tribuna, porque o
tempo é descontado. Querem? Eu falo a tarde inteira e, se preciso for, repito
as minhas posições. Mas estou pretendo encaminhar um final, porque o meu tempo
vai se esgotando. Neste encaminhamento final, quero fazer propostas objetivas à
Casa para o equacionamento e... Assim não dá!
(Manifestação nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicitamos às galerias que façam silêncio. O
Vereador está na tribuna. Depois que o Vereador terminar a fala, as galerias
podem se manifestar. Enquanto ele está na tribuna, solicitamos silêncio!
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Eu vejo vários colaboradores de Vereadores desta Casa fazendo incitação à vaia
para mim. Não queiram que eu organize o contrário! Eu tenho, nesta Casa, amigos
suficientes para virem aqui me aplaudir, independente da posição que venha a
tomar, porque me respeitam e me conhecem. Agora, os titulares de mandatos que
colocam seus CCs aqui para me vaiar não venham, depois, me fazer proposta de
composição.
O Sr. Pedro
Ruas:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só não sei o motivo de
V. Exª fazer esta observação justamente no momento em que estou pedindo aparte,
eu não tenho nada organizado nesse sentido...
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Eu nem conheço os seus colaboradores; agora, outros são até meus vizinhos.
O Sr. Pedro
Ruas:
Está bem, Vereador. Eu quero salientar o seguinte: tenho, em relação a V. Exª,
e somos adversários de ideias há mais de trinta anos, respeito, muito respeito.
E V. Exª é testemunha, é a primeira testemunha disso. Mas V. Exª colocou da
tribuna - eu quero divergir democraticamente: ou se apoia a iniciativa privada,
ou não tem direito ao mandato na Casa. Não é assim, Vereador! Há uma posição
ideológica, e eu respeito a posição de V. Exª, mas eu tenho outra. Digo mais, e
não quero mais tomar seu tempo: a intervenção da iniciativa privada no setor
público, via de regra, tem sido o centro, o eixo, o princípio da corrupção. Eu
tenho restrições respeitosas, mas tenho restrições.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Fico grato com o aparte.
Eu até gostaria de ter uma discussão mais ampla,
porque, sabidamente, temos divergências ideológicas, mas isso não impede que,
reciprocamente, a gente tenha debatido com respeito. Infelizmente, é o que não
está acontecendo nesta Casa; com claques ensaiadas não é possível se fazer um
debate tranquilo.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) A discussão deve ser entre os Vereadores,
que são os representantes de toda a sociedade, e V. Exª a faz muito bem aqui da
tribuna. Também, com relação à discussão sobre a Fundação pública de direito privado,
acho que devemos aprofundar a discussão no próximo período da Sessão, na Ordem
do Dia, porque é isso que vai balizar a aprovação ou não deste Projeto a que V.
Exª está se referindo.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Concluo dizendo que sou parceiro para qualquer debate, para qualquer diálogo,
seja lá em que clima ocorrer. Sou parceiro, inclusive, para encaminhar
equacionamentos diversos daqueles que hoje estão aqui.
Quero, a respeito desses dois assuntos, fazer
uma única condição: nada terá o meu apoio se, ao final e ao cabo, restar em
prejuízo para o Hospital Porto Alegre. É a única posição que tenho confirmada;
sobre o resto estou disposto a qualquer diálogo. Vamos dialogar à exaustão, sem
nenhum tipo de pressão, porque pressão não leva a nada.
(Não revisado pelo orador.)
(Manifestações das galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está encerrado o Grande Expediente.
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos
trabalhos.)
(Manifestações das galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Por gentileza, silêncio nas galerias! Vocês
todos são bem-vindos, mas, por favor, vamos respeitar a Casa e as pessoas, como
nós respeitamos todas as comunidades que vêm ao nosso plenário.
O Ver. Mauro Zacher solicita Licença para Tratar
de Interesses Particulares no período de 20 a 26 de dezembro de 2010. (Pausa.)
Em votação...
(Manifestações das galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Por gentileza, vou solicitar à Segurança da Casa
que providencie ordem. Se não se mantiverem em silêncio, vou solicitar a desocupação
do plenário. Por favor!
Em votação a Licença para Tratar de Interesses
Particulares requerida pelo Ver. Mauro Zacher. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Ver. Mario Fraga que entregue seu
Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.
(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração
de Bens.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Fraga vai proceder à leitura
do compromisso. Silêncio na Casa, por favor. Peço que a Segurança fique
localizada nos fundos do plenário, toda a Segurança da Casa, fiquem a postos no
local. Vamos manter a ordem, senão vamos ter de proceder da maneira que prevê o
nosso Regimento.
Solicito que os presentes, em pé, ouçam o
compromisso que o Ver. Mario Fraga prestará a seguir.
O
SR. MARIO FRAGA: (Lê.) "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e
dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Declaro
empossado o Ver. Mario Fraga, no lugar do Ver. Mauro Zacher.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 15h33min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2074/09 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 089/09,
de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, que declara patrimônio histórico e
cultural do Município de Porto Alegre, nos termos dos arts. 195 e 196 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, o Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG
– e as entidades, as associações e os grupos que especifica.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela rejeição do
Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 18-12-10 (sábado).
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro Em discussão o PLL nº
089/09, com Veto Total. (Pausa.)
(Manifestação das galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero dizer às galerias que não adianta estar
discutindo e gritando sobre Fundações, porque o Projeto da Fundação não está na
pauta no dia de hoje. Não está na pauta no dia de hoje! Vocês compareçam na
quarta-feira, que estará na pauta.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, eu requeiro a V. Exª para que haja respeito com os cidadãos que
estão no plenário da Casa do Povo. O povo pode vir falar o que quiser. Uma
coisa é quando o orador está na tribuna, outra coisa é quando são as opiniões.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna também está pedindo que haja
respeito da comunidade com os Parlamentares aqui. Por gentileza, façam
silêncio.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Não,
não, eu estou pedindo...
(Som cortado por determinação do Presidente.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra
para discutir o PLL nº 089/09, com Veto Total.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os que estão
aqui nas galerias e os que nos assistem. Eu vou ser breve e rápido. Entendo e
respeito a decisão do Executivo, Presidente. Quanto ao Veto ao Projeto do MTG,
quero reforçar a minha posição e compromisso com o MTG, sendo que irei
readequar esse Projeto para, então, encaminhar novamente a esta Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está
encerrada a discussão. Em votação nominal o PLL nº 089/09. (Pausa.)
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Srs. Seguranças, por gentileza, vamos manter a
ordem. Solicito à Carmem, Presidente do Simpa, que sempre tratamos com todo o
respeito durante este ano, que peça às pessoas que se acalmarem, por favor.
Vamos manter a calma, por gentileza, para que as pessoas que estão no plenário
possam assistir à nossa Sessão.
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por 21 votos NÃO
e 08 ABSTENÇÕES, mantido o Veto
Total ao PLL nº 089/09.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4244/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 058/10, que institui o ano de 2011 como o “Ano
da Inovação Padre Landell de Moura” no âmbito da política de Ciência,
Tecnologia e Inovação no Município de Porto Alegre.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 058/10. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4367/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 060/10, que altera o art. 1º da Lei nº 3.209,
de 25 de novembro de 1968, alterando para Associação Portuguesa de Beneficência
a denominação da entidade declarada de utilidade pública por essa Lei.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 060/10. (Pausa.) O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 060/10.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, o Projeto que se apresenta parece muito simples - não deixa de ser.
Diz respeito a uma instituição de Saúde, a Associação Portuguesa de
Beneficência, que dirige o Hospital Beneficência Portuguesa. Esse hospital
merece, sim, o nosso voto. A Bancada do PT votará favoravelmente ao Projeto,
para a sua denominação de entidade de utilidade pública, porém temos que fazer
um debate um pouco mais aprofundado.
Quais as razões pelas quais o Hospital
Beneficência Portuguesa e o Hospital Vila Nova vêm sofrendo ao longo dos anos?
E aqui nós temos um conjunto de entidades, trabalhadores, beneficiários da
Saúde, população que a utiliza; aqui está, também, o Hospital Porto Alegre, que
sabe o que ocorre num hospital. Quais as razões pelas quais o Beneficência
Portuguesa está num estado tão crítico? Nós temos, no mínimo, três grandes
razões que precisamos aprofundar. Uma delas é a responsabilidade do repasse dos
recursos da Saúde para essas instituições - o repasse ao Estado, o repasse aos
Municípios -, porque há dívidas, e os recursos não são repassados nos acordos
estabelecidos, nos tempos hábeis. É óbvio: como vai funcionar uma instituição
de Saúde que exerce os serviços e não recebe?
O Ver. João Antonio Dib, há poucos minutos, com
a sua inteligência e a sua experiência, disse aqui que todos os problemas da
Saúde vêm do Governo do Presidente Lula. O Ver. João Antonio Dib esqueceu de
dizer que a Governadora que ele apoia, ela está abandonando o Estado agora por
força do voto, deve só ao Município 45 milhões de reais. Esse debate nós
precisamos fazer! E também quanto aos recursos que deveriam ser repassados do
Município para o Hospital Beneficência Portuguesa, algo que também enfrenta
problemas. Mas há uma terceira questão que nós temos que analisar, sim, que é
sobre a gestão do Beneficência Portuguesa, pois nós precisamos ter a
transparência na gestão para que os recursos públicos sejam bem aplicados e
essa instituição não sofra as consequências da falta de estrutura, deixando a
população à mercê de um bom atendimento. Portanto, a Câmara aprova, nós
votaremos favoravelmente ao Projeto, mas há essas questões que precisam ser
discutidas e analisadas com profundidade.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Ver. Engenheiro Comassetto, na realidade eu não falei na dívida do Estado, mas
digo a V. Exª que quem foi condenado na Justiça a repassar os recursos que
deixou de repassar foi o Sr. Olívio Dutra.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, o senhor, como parte do
Partido que sustentou a Governadora Yeda, tem que dizer que o Estado entrou no
Cadin por não aplicar os recursos constitucionais na Saúde, e hoje ela vai sair
devendo para a Saúde de Porto Alegre. É nossa obrigação, há sete anos vimos a
esta tribuna, primeiro, exigindo que o Prefeito Fogaça cobrasse da Governadora.
Não houve uma única vez uma cobrança da dívida ao Estado para que fosse paga ao
Município. Eu quero dizer que votaremos, sim, favoravelmente à Declaração de
Utilidade Pública do Hospital Beneficência Portuguesa, para ajudar essa
instituição, mas há essas três agendas, e nós não podemos ficar quietos, não
podemos calar, porque são dívidas do Estado e do Município para com a
Beneficência, e tem de haver transparência de sua gestão, sim, porque, se for
declarada de utilidade pública, todas as contas têm que ser apresentadas, e a
instituição tem que ser transparente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir o PLE nº 060/10.
O SR. CARLOS
TODESCHINI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, público que nos acompanha neste debate, eu também venho me
manifestar em relação a esse tema, inclusive já o fiz na semana passada. O Ver.
Engenheiro Comassetto tem razão, porque, no ano passado, nós tivemos várias
audiências na Comissão de Saúde para tratar desse tema da Beneficência
Portuguesa. No entanto, Ver. Engenheiro Comassetto, posso tranquilizá-lo,
porque houve uma substituição da Direção praticamente na totalidade; a
Beneficência tem uma gestão nova.
Ontem o Secretário Casartelli, em visita ao
Lami, informou-me que aqueles problemas identificados, de fato, como problemas
de gestão estão superados. A antiga Direção foi destituída, e foi empossada uma
nova Direção, muito profissional, muito capaz, eu os conheço. Também me
informou que há uma nova contratação da ordem de mais de 1 milhão e 200 mil
reais, portanto o Beneficência será um importantíssimo hospital, um equipamento
imprescindível em algumas áreas - traumatologia e neurologia são dois casos.
Nós temos uma nova e promissora situação no Hospital Beneficência Portuguesa.
Esperamos que agora não se repitam os problemas que nós tivemos, como atraso de
salários, má gestão e descompromisso, fazendo com que mais um hospital
estivesse à beira de fechar.
Então, eu creio que a situação está superada, já
faz parte do passado, e, pelo que eu pude acompanhar e testemunhar, nós temos
uma situação muito positiva para o futuro. Sendo assim, tenho certeza de que
vamos ter a garantia desse Hospital aberto e entendo que nós temos que tomar
algumas medidas para que o Hospital Porto Alegre seja viabilizado também como
importante hospital do Sistema de Saúde de Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, debater o SUS e os problemas de saúde tomaria um tempo enorme
desta Casa, porque eu duvido que alguém não tivesse posição sobre esse
problema, que não é momentâneo, e sim permanente. Eu tenho posição. É lógico
que o SUS começou errado e vai viver as consequências disso. Agora, no momento,
nós estamos discutindo, pura e simplesmente, se vamos acolher o Requerimento do
Hospital Beneficência Portuguesa, que deixou de ser sociedade e passou a ser
associação. O Ver. Todeschini foi até mais longe; chegou a dar um depoimento
pessoal a respeito dos novos dirigentes do Hospital Beneficência Portuguesa, do
esforço que estão fazendo para recuperar a entidade. Eu poderia apoiar inúmeras
pessoas que já dirigiram a Sociedade Beneficência Portuguesa, homens e mulheres
da melhor qualidade que têm se incomodado, eles tiveram seus bens tornados
indisponíveis por causa de problemas com o INSS, com o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço, mas não é isso que nós estamos discutindo.
Ora, gente, é muito simples: vamos fazer o
debate noutra hora e agora vamos votar, porque o que se quer é a troca de
denominação, qual seja, de sociedade para associação. Isso, inclusive, é uma
exigência legal mais recente, é uma adequação à nova lei civil que o Hospital
Beneficência Portuguesa faz. Evidentemente, nós não vamos criar nenhuma
dificuldade para uma entidade que já está tendo toda a sorte de dificuldade e
que não merece que a gente fique discutindo e rediscutindo um tema que já está
superado. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, com relação a esse assunto do Hospital Beneficência
Portuguesa, Ver. Carlos Todeschini, nós estamos de acordo. Acho que tinha que
mexer onde tem que mexer. Nós temos que dar apoio para abrir hospitais e para
manter os que nós temos. Eu vejo aqui o pessoal do Hospital Porto Alegre, nós
temos que cuidar dessa instituição, para que ela não feche. Então, eu quero
dizer que estamos de acordo com o Projeto do Hospital Beneficência Portuguesa,
mas vamos cuidar para que não precisemos pedir socorro para o Hospital Porto
Alegre depois. Vamos discutir antes, Ver. João Antonio Dib, V. Exª já
demonstrou esse interesse; eu espero que todos nós possamos fazer essa
discussão antecipadamente em vez de dar um remédio amargo para tentar recuperar
depois. Vamos tentar fazer uma discussão clara antes. Então, dou todo o apoio
para que se recupere o Hospital Beneficência Portuguesa. A população de Porto
Alegre está precisando de leitos, está precisando de médicos e de hospital
qualificado. Vamos fazer essa frente juntos, Vereadores. Independentemente de
Partido, temos que nos somar para fazer com que mais leitos sejam
disponibilizados à nossa população e para que aqueles que estão à disposição da
população, como o Hospital Porto Alegre, não sejam ceifados amanhã ou depois.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, público que nos honra com a
sua presença, senhoras e senhores, eu gostaria de viver em uma Cidade que
tivesse menos doentes, portanto menos hospitais. Esta não é a realidade do
Brasil e do mundo, especialmente dos países em desenvolvimento. Nós temos
dificuldades enormes na rede hospitalar. O Hospital Vila Nova é um exemplo
disso. Eu me lembro, na década de 80, do que aconteceu com aquele hospital. E,
de lá para cá, nós sabemos que ele vem vivendo, Ver. Aldacir José Oliboni, no
limbo; deve milhões só na área previdenciária. O Hospital Beneficência
Portuguesa está dentro de um contexto. Eu, muitas vezes, junto com V. Exas, interferi no sentido de que o Governo
colocasse mais recursos. Na verdade, a rede municipal é compradora de serviços.
O dinheiro, Ver. Engenheiro Comassetto, vem fundo a fundo, não existe milagre.
Há uma parcela de dinheiro municipal, mas o grande dinheiro da Saúde Pública
vem do Fundo Nacional da Saúde, que é repassado ao Sistema Único de Saúde.
Então, é evidente que não estamos discutindo
isso aqui. O que nós estamos votando aqui é uma Declaração de Utilidade
Pública: são declarações, Ver. João Antonio Dib, que nós concedemos, por
iniciativa de Vereadores ou do Executivo, para várias entidades; é um
reconhecimento público e que pode trazer pequenos benefícios do ponto vista de
tarifas. O que nós estamos votando é isso. Ponto. Agora, é claro que a tribuna
é rica para ampliar o debate. E quero dizer o seguinte: quando o Ver.
Engenheiro Comassetto falou na tribuna, eu liguei para o Casartelli e
perguntei: “Secretário, há algum recurso atrasado ao Hospital Beneficência
Portuguesa?” E ele me disse que nada. Quando há atraso é porque o dinheiro
demora um pouquinho em Brasília. “E os serviços estão sendo pagos?”, “Estão
sendo pagos”. O Osmar Terra era Secretário, eu participei de várias reuniões
aqui e lá na Secretaria da Saúde para melhorar a gestão do hospital. Acho que o
Ver. Carlos Todeschini foi feliz quando falou, ele conhece a área e falou bem.
Nós não estamos votando aqui recursos para o Hospital Beneficência Portuguesa,
não estamos votando aumento de leitos, não estamos votando, Ver. Dr. Raul
Torelly, aumento de serviços; estamos votando uma Declaração de Utilidade
Pública. Mas estamos dispostos, Ver. Idenir Cecchim, a discutir tudo.
Aproveitando as falas do Ver. Reginaldo Pujol e
do Ver. Idenir Cecchim, eu queria dizer aos funcionários e à Direção da Família
AFM: esta Casa tem muito bom juízo, ela terá o equilíbrio necessário para
conduzir esta matéria de maneira a que se preservem os interesses dos servidores
públicos municipais como um todo, mas que se preserve também uma instituição
que tem mais de 80 anos nesta Cidade e que eu conheço bem. (Palmas.) O operário
da Prefeitura tem seis filhos, a esposa, e todos são atendidos lá. E tem também
serviço odontológico, que o IPE não dá.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. SEBASTIÃO
MELO: É
claro que o Projeto não está obrigando, não está fazendo uma transposição: “Vai
todo o mundo para o IPE”! Agora, são 8,5 mil associados, há recursos que vão da
Prefeitura para a AFM, então eu tenho que encontrar um equilíbrio, no mínimo
dar um prazo para que o hospital possa, por exemplo, se preparar para ser
credenciado pelo IPE, e isso passa por debates. (Palmas.) Finalizo dizendo que,
sob a liderança do Ver. João Antonio Dib, que antes de ser Vereador, antes de
ser Prefeito, é servidor municipal, seremos conduzidos com brilhantismo para
encontrar um bom equilíbrio. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores,
colegas Vereadoras, público que acompanha a Sessão de hoje, nós estamos aqui
votando para que o Hospital Beneficência Portuguesa se torne de utilidade
pública. O que quer dizer isso? Que ele poderá buscar mais recursos federais,
estaduais e municipais, e haverá redução de algumas taxas municipais estaduais
ou federais. Na verdade, é um simples gesto que todas as entidades que trabalham
com a área da Saúde ou que têm alguma relação com a Saúde deveriam ter como
contrapartida. Conhecemos inúmeros hospitais no interior do Estado que
quebraram exatamente porque não tinham, de uma certa forma, esse direito. Aqui
até a Ulbra conseguiu o direito de ser de utilidade pública - a Ulbra, entidade
com a qual temos algumas divergências pela forma como atendia os cidadãos, por
ser uma entidade filantrópica e por muitas vezes não ter exercido o direito ou
o dever de dar à população mais de 60% do atendimento pelo SUS.
Estava aqui ouvindo atentamente os nobres
colegas, e o Ver. Sebastião Melo falava das dificuldades pelas quais o
Beneficência Portuguesa passou. Há três meses quem cortou o convênio com o
gestor municipal foi a própria instituição, que clamava por um novo
credenciamento, ou mais cotas para atendimento na sua rede ou na sua
instituição. Nós sabemos que hoje o gestor dá duas mil consultas na Emergência;
dá 300 cirurgias; dá 200 ecografias ou tomografias e não paga além disso que
foi oferecido, porque, se um hospital atender mais do que foi ofertado pelo
gestor, ele não recebe, e não é diferente no Hospital Porto Alegre. Essas
instituições colaboram com o gestor, porque, se o paciente não é atendido lá na
Emergência do Hospital Porto Alegre ou no Hospital Beneficência, quem tem que
dar conta do atendimento é o gestor, que não o faz, Verª Fernanda, lá nas
Unidades de Saúde ou nas Emergências conveniadas, como acontece em alguns
hospitais de Porto Alegre. Esse gesto é simples, mas de grande êxito para quem
é um bom gestor de uma instituição, portanto cabe aqui votarmos favoravelmente.
Mas eu queria voltar à questão do Hospital Porto
Alegre. Eu sei que é uma conquista do servidor ter a opção do conveniamento do
IPE, mas será que vai atingir a todos? Será que aquele que ganha razoavelmente
bem e que desconta 8,5% - o Diretor está aqui me ouvindo - vai optar pelo IPE?
Ou o IPE é só para a grande maioria daqueles que ganham menos? Esse é um
direito ou possivelmente uma conquista do servidor municipal, mas quais as
garantias do trabalhador do Hospital Porto Alegre se puder ser credenciado pelo
IPE, se não sabe se o Hospital Porto Alegre poderá ser credenciado pelo IPE? Se
puder, vai competir no mercado, Ver. Carlos Todeschini, com os Hospitais Mãe de
Deus, Divina Providência, Clinicas ou com o próprio Hospital do IPE em Porto
Alegre, são hospitais de grande porte. O Hospital Porto Alegre terá vida se
assim acontecer? Muito difícil, porque aqueles que têm IPE e que têm uma
possibilidade de acomodação melhor não irão para o Hospital Porto Alegre; irão
para a PUC, para o Mãe de Deus, que oferecem melhores acomodações. Então, o que
é levantado aqui é muito pertinente, tem que haver uma discussão aprofundada
que garanta o emprego e, mais do que isso, a possibilidade de sobreviver num
mercado desigual, porque, em relação a todos os impostos que eles hoje não
pagam, alguns já não pagam mais, como é o caso da Ulbra, que se constituiu numa
Entidade Pública, coisa que hoje o Hospital Porto Alegre não é. Portanto, a
transferência da discussão e definição dessa questão do IPE é compatível e
importante para todos, para os servidores e para a instituição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra
para discutir o PLE nº 060/10.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Senhoras e senhores, Vereadores e Vereadoras, todos os que
nos assistem, eu venho a esta tribuna porque o tema hoje é de fundamental
importância, principalmente para nós da cidade de Porto Alegre. Primeiro, ainda
continuamos com uma deficiência na área da Saúde muito grande, principalmente
na periferia da nossa Cidade; ainda continuamos com a falta de equipes para o
PSF bem como de Unidades de Saúde. No momento em que chega este Projeto para
trocarmos a denominação, alterando para Associação Beneficência Portuguesa,
declarando-a como Entidade Pública, temos que votar a favor. Não há outra forma
de se fazermos as coisas, de beneficiarmos, a não ser nos unirmos nessa luta
para que o Beneficência venha a funcionar com maiores condições, com maiores
regularidades e que venha beneficiar a cidade de Porto Alegre. Também quero
deixar claro que nós, da Bancada do PPS - este Vereador, o Ver. Toni Proença e
o Ver. Elias Vidal -, votaremos a favor do Beneficência e também do Hospital
Porto Alegre, acompanhando, principalmente, o raciocínio e as colocações do
Ver. Reginaldo Pujol. Por isso, contem com a Bancada do PPS! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, venho defender este Projeto por ser ele do Executivo
Municipal, e o Prefeito José Fortunati é do nosso Partido. No Projeto consta
que, por meio dessa nova denominação, poderá ser feito convênio com a
Secretaria Municipal de Educação, para que haja bolsa de estudo junto à
Beneficência Portuguesa. Falo também para fazer uma homenagem ao Hospital
Beneficência Portuguesa, pelo carinho e por tudo que fez pelo nosso estimado
Ver. Ervino Besson, que passou lá quase 28 dias, os últimos dias de sua vida: a
entidade em si e todo o seu corpo médico fizeram o possível e o impossível, e
atenderam a todos nós, Vereadores e amigos do Ver. Ervino Besson. Venho a esta
tribuna para prestar uma homenagem ao corpo clínico do Hospital Beneficência
Portuguesa e também, sim, dar - dez oradores já falaram antes de mim - parabéns
à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, ao Prefeito José Fortunati, que mandou
este Projeto para a Câmara. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, quero apenas dizer da minha admiração e respeito pela plateia
que está presente aqui, que fez com que uma simples alteração de nome da
Beneficência Portuguesa produzisse tantos belos discursos. Todos nós vamos
votar favoravelmente, é apenas uma alteração de nome. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para
discutir o PLE nº 060/10.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Vereador-Presidente
Nelcir Tessaro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
todos os que nos assistem, eu também tenho um antigo relacionamento, tenho
várias intervenções e intermediações com a Beneficência Portuguesa. Este é o
momento de darmos um pouquinho mais de fôlego para que essa entidade trabalhe
cada vez melhor e supere as suas dificuldades. Então, o nosso voto aqui, com
certeza, é de respeito e consideração por todo o trabalho que a Beneficência
tem feito ao longo de praticamente dois séculos de existência na nossa Capital.
Quanto à questão que envolve o Programa de Saúde
da Família, ela parece clara para mim. Nós precisamos de uma definição em
breve, não podemos ficar permanentemente “empurrando com a barriga” a questão
da Saúde da Família em Porto Alegre, porque não conseguiremos ampliar ações que
são importantíssimas para a Cidade. Então, acredito que, independente de ser
através de instituto ou fundação, temos que ter realmente uma definição clara e
objetiva sobre esta matéria, nós temos que bater o martelo brevemente para que
a comunidade ganhe com isso, para que as equipes possam ser ampliadas, para que
os profissionais tenham a sua remuneração digna, trabalhando pela sociedade,
levando saúde e qualidade de vida. Para mim, isso é fundamental! Não dá para
essa questão ser procrastinada de uma maneira permanente.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, Ver. Dr. Raul. É importante, sim, debater este tema. O Ver.
João Antonio Dib ressalta essa importância, porque, no momento em que uma instituição
recebe um título como este, ela precisa ser transparente e prestar contas à
população, por ser declarada de utilidade pública. O Ver. Todeschini me alertou
- eu não sabia ainda - que a Diretoria pela qual havia desconfiança, estava sub judice, foi substituída. Portanto,
isso nos dá mais tranquilidade. Muito obrigado.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Com
certeza, é uma garantia importante para a sociedade.
Também gostaria de fazer uma saudação especial
aqui ao pessoal da AFM, do Hospital Porto Alegre. Nós, que somos da área da
Saúde - há inúmeros profissionais, amigos que lá trabalham -, somos testemunhas
do excelente serviço que vem sendo prestado ao longo de todos esses anos, muito
especialmente àquela parte da família municipária que mais necessita, são
realmente os que têm maior necessidade na nossa sociedade. Então, com certeza,
em relação a esse aspecto, estamos tentando construir de uma maneira que fique
bem para todos. Acreditamos que o funcionalismo merece ter o IPE, e, ao mesmo
tempo, o nosso Hospital Porto Alegre merece a consideração, merece a
qualificação; apesar de todos esses anos, temos que ampliar as suas ações.
Acredito que temos que sair desse processo com o Hospital Porto Alegre
valorizado, com tempo para que as coisas aconteçam e, ao mesmo tempo, com os
funcionários também tendo o IPE. É para isso que vamos buscar uma construção,
para que o Hospital Porto Alegre seja cada vez mais forte; que o funcionalismo,
por sua parte, possa ter acesso ao IPE. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrada a discussão. Em votação o PLE nº
060/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3231/10 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 155/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o título
de Cidadã Emérita de Porto Alegre à senhora Nanci Begnini Giugno.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 01-12-10;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 155/10. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0452/10 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 009/10, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo e Tarciso
Flecha Negra, que altera a ementa e o art. 5º-B e inclui art. 2º-A na Lei nº
8.192, de 17 de julho de 1998, e alterações posteriores, estabelecendo às
agências bancárias obrigações relativas ao tempo de atendimento de seus
usuários e dando outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Marques: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM em 15-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 009/10. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 009/10.
O SR. SEBASTIÃO
MELO:
Sr. Presidente, a minha intenção aqui é apenas contribuir com esclarecimentos.
Vossas Excelências sabem que há uma Lei de 1998 - Ver Cecchim, V. Exª muitas
vezes usou essa lei para autuar as agências bancárias - que estabelece o prazo
de 15 minutos para o atendimento do usuário no banco. Porém, em muitas
situações, há uma dificuldade da materialidade dessa comprovação. Então, eu e o
jovem Ver. Tarciso Flecha Negra chegamos à conclusão de que deveríamos fazer um
Projeto único - eu havia feito o Projeto de uma forma, e ele, de outra. O que
diz o nosso Projeto, Srs. Vereadores? Ele é singelo, Ver. DJ Cassiá. A lei já
existe, o que nós estamos determinando é utilização de senhas. Você entra no
banco, vai lá, puxa a senha, ali vai aparecer o dia e o horário, por exemplo:
dia 20, 15h20min. Passaram-se 15 minutos, se a pessoa não foi atendida, ela tem
aquela materialidade: “SMIC, está aqui o meu comprovante”, e o banco vai ser
multado.
Bom, aí há uma peculiaridade sobre a Emenda de
autoria do Ver. Nedel que eu quero dividir com vocês, com um pouco de ironia. O
nosso querido amigo Nedel é um homem muito católico, e eu sei que o seu
catolicismo mais forte não é aquele do Banco do Vaticano, é na questão
espiritual. Mas nós criamos a lei dizendo o seguinte, parágrafo único, art. 2º
(Lê.): “A senha referida no caput
deste artigo deverá ser fornecida gratuitamente, ficando vedada a cobrança, sob
qualquer título, de valor correspondente ao seu fornecimento”. Eu não sei, acho
que isso custa 0,0001 centavo. Aí o Nedel me faz uma Emenda dizendo que a senha
não pode ser gratuita! Oh, Nedel, pelo amor de Deus! Cá para nós, os nossos
bancos ganham muito no Brasil inteiro. Melhor do que um banco, só um segundo
banco. Aliás, essa dívida pública astronômica que tem no Brasil, a razão da sua
rolagem não é outra a não ser para satisfazer a vontade dos banqueiros. Por
quê? Porque o Governo tem que manter um juro alto. E o juro alto faz com que os
bancos ganhem cada vez mais, também os investidores internacionais. Então, eu
não posso compreender! Eu sei, eu fiz isto com espírito de ironia, porque eu
acho, sinceramente, que o Nedel não estava bem inspirado ao pedir que o usuário
do banco pagasse o valor da senha, daquele tíquete deste tamanhozinho! Custa
0,0001 centavo! Eu acho que ele errou nisso!
O Sr. Idenir
Cecchim:
V. Exª permite um aparte?
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Eu
ouço o seu aparte, Ver. Cecchim.
O Sr. Idenir
Cecchim:
Ver. Sebastião Melo, com ironia ou não, V. Exª está pegando um assunto que me
deu muito trabalho na SMIC, porque não tinha o momento para o cidadão ou
cliente do banco fazer essa reclamação. O que eu fazia naquela época? Eu
colocava os agentes de fiscalização na fila. Como eles tinham fé pública, na
hora em que eles chegassem no caixa e o tempo houvesse passado, eles multavam o
banco. Eu acho que essa é uma providência muito boa e dá a ferramenta para que
o cliente possa fazer a reclamação. E, quanto ao banco que não tem respeito
algum pelo cidadão, pelo menos que o cliente tenha a arma na mão para fazer a
reclamação.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Agradeço
o seu aparte.
Eu quero dizer, Ver. Tarciso, que fiquei muito
honrado em assinar esta proposição junto com V. Exª, porque V. Exª é um
Vereador muito ativista nas lutas pela defesa do consumidor, e esta aqui é uma
ferramenta singela. Nós não estamos fazendo lei, a lei já existe, mas ela é de
difícil cumprimento, porque eu tenho que deslocar o fiscal, que poderia estar
fazendo uma outra autuação, para a fila do banco. Aqui não! O cidadão vai ter a
materialidade, e essa materialidade dará condições para que a SMIC aplique a
multa, e, com certeza, os bancos vão ter que corrigir, vão ter que colocar mais
caixas. Daqui a alguns dias, não haverá mais nenhum caixa, porque a vontade dos
banqueiros é de acabar com todos os funcionários, a vontade deles é de que
fique só o mundo eletrônico. O mundo eletrônico é importante, mas nós sabemos
que tem muita gente que ainda não se adaptou a isso e que precisa, sim, de
caixas. Agradeço e mais uma vez deixo um abraço a Vossa Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos Requerimento de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que solicita votação em destaque da Emenda nº 01 ao PLL nº
009/10.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLL nº 009/10.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Sr. Presidente, gostaria de fazer uma correção antes de discutir o Projeto do
Ver. Sebastião Melo. Gostaria de entrar no mérito como bancária e também como
cidadã a respeito dessa lei do tempo de espera e da dificuldade do cumprimento
da lei, o que o Projeto visa sanar.
Quero registrar que, independente das nossas
opiniões, cada Vereador ou Vereadora vem de um Partido que tem uma visão do
Município. Quando eu fiz um aparte, um Requerimento a V. Exª, Presidente
Tessaro, foi no sentido de garantir que os cidadãos de Porto Alegre possam se
manifestar nas galerias, possam aplaudir, discordar, independente de opinião,
no sentido de que a Câmara tem que estar aberta e democrática a este tipo de
opinião, de avaliação, de intervenção. E V. Exª não pode mudar o conteúdo da
minha fala, acho que isso é errado politicamente e é antidemocrático, porque
cada um de nós tem o direito de falar sobre aquilo que representa, por aquilo
que luta durante sua vida inteira. Nós não podemos distorcer a fala de nenhum
Vereador ou Vereadora, tampouco menosprezar o que essa pessoa diz oficialmente.
Então, quero deixar o registro para as notas taquigráficas da postura
autoritária que V. Exª teve com esta Vereadora, o que, de fato, não aceitamos.
(Palmas.)
Gostaria de dizer também que o Projeto do Ver.
Sebastião Melo é importante no sentido de permitir um controle, para que a
população possa exigir o seu direito, como bem relatado aqui pelo Ver. Cecchim.
Sabemos, usuários de bancos e bancários, das dificuldades por que passa a
população em longas filas de espera, tempo que muitas vezes extrapola o
determinado na lei - muitos e muitos minutos a mais -, sem ter como entrar na
Justiça reivindicando os seus direitos. Nós também sabemos que,
lamentavelmente, nos bancos públicos, há uma luta interminável para que se abra
concurso público para melhor atender a população, como também sabemos que nos
bancos privados a contratação sempre é limitada em função da garantia dos
lucros astronômicos dos banqueiros. Neste País, o setor que tem lucros recordes
é o dos bancos! E quem paga os lucros recordes? É o senhor, trabalhador do
Hospital Porto Alegre; é o municipário da nossa Cidade, são os usuários dos
bancos que pagam altíssimas taxas de juros. Aliás, no Brasil, temos a mais alta
taxa de juros do mundo - do mundo! É a farra dos banqueiros. As pessoas pegam
um empréstimo de um determinado valor e, em um ano, vão pagar um empréstimo e
meio, às vezes pagam o dobro do valor inicial. Isso sem contar o juro do cheque
especial e dos cartões de crédito. É uma vergonha o que obrigam a nossa população
a pagar!
Quando vem um Projeto, Ver. Melo, que é modesto
no sentido de permitir apenas uma regulamentação melhor, ou um comprovante para
os trabalhadores, para as pessoas poderem cobrar dos bancos porque não foram
atendidas no tempo previsto pela lei, infelizmente sempre vêm os argumentos de
que isso ataca o lucro dos bancos. Mas o Projeto não trata disso, quero deixar
bem claro! Para fazermos uma verdadeira justiça tributária neste País, teremos
que taxar mais os bancos, taxar as grandes fortunas e desonerar os
trabalhadores assalariados, os pequenos, que são os que mais pagam impostos no
nosso Brasil. Recentemente, saiu um estudo que mostra que o trabalhador paga
cerca de 60 % do seu rendimento em impostos, em ICMS e outros. E os grandes, os
ricos, pagam menos de 20 %, ou seja, quem ganha menos paga mais, quem ganha
mais paga bem menos. Nós vamos ter que fazer um debate sério sobre justiça
tributária e, portanto, sobre Reforma Tributária neste Brasil.
O Projeto é bom para a população porque permite
essa fiscalização, desde que a gente consiga controlar, para que não haja uma
forma de burlar a legislação. Muitas vezes, a fila de um banco como a Caixa é
enorme, e as senhas vão colocando o horário de atendimento para muito distante
da hora em que a pessoa entrou no banco e retirou a senha. Temos que atentar
para isso, buscando uma maior fiscalização e cobrando mais responsabilidade
para com os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre. Que a farra dos banqueiros
tenha fim, porque esse setor tem lucros recordes, enquanto a nossa população
paga a maior taxa de juros do mundo. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra
para discutir o PLE nº 009/10.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, todos os que
nos assistem. Parabéns, Ver. Sebastião Melo, pela defesa desta proposta. Este
Projeto está na Casa desde 2009 e só agora entrou na Ordem do Dia, porque
fizemos pequenas modificações para melhorá-lo. Qual a importância deste
Projeto? Eu faço parte dos milhares de clientes de bancos e sei que é muito
fácil para quem tem muito dinheiro acessar diretamente suas contas sem entrar
em fila. Eu, às vezes, sinto-me constrangido, porque, em muitos dos bancos
aonde vou, sabem que eu sou o Tarciso, jogador do Grêmio e hoje Vereador, e me
chamam para passar à frente das pessoas. Eu não aceito. Então, este Projeto é
para que esses milhares de pessoas que fazem esses grandes bancos crescerem
cada vez mais sejam, no mínimo, respeitados, que esses bancos deem uma atenção
adequada a esses clientes.
Esses tíquetes vão fazer os bancos, daqui para
frente, terem mais respeito com a maioria desses clientes chamados de pequenos,
mas que são muito grandes. Os bancos só são grandes por causa dessa maioria,
que leva aquele pouquinho e que fica 40, 50 minutos, uma hora na fila para
pagar suas contas, para deixar dinheiro no banco. Eu acho isso uma falta de
respeito muito grande para com esse povo. Esse povo precisa de nós,
Parlamentares, para fazer essas leis para os injustiçados. Sempre que eu vier
aqui, será para defender a bandeira da criança, do jovem carente e desse povo
que tanto precisa de nós. Quando eu venho a este Plenário, que eu considero
sagrado, da mesma forma que eu considerava sagrados os campos de futebol, é
justamente para lutar, sem demagogia alguma, porque esse povo me colocou aqui
para lutar por ele. Aqui eu estou e vou lutar. Não importa que doa a A ou a B,
mas a minha luta, o meu mandato, esses quatro anos são por eles e serão sempre
por eles. Mesmo não estando aqui na Câmara de Vereadores, estarei lá fora
lutando por eles. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLL nº 009/10. (Pausa.) Desiste. Está encerrada a discussão.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 009/10,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 009/10.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr.
Presidente, eu encaminho pela rejeição da Emenda.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº
009/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
A votação é da Emenda nº 01, Verª Fernanda. O Ver. Dib também está indagando.
Será melhor abrirmos o painel para votação da Emenda nº 01.
Em votação nominal, solicitada por este
Presidente, a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 009/10. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM e 21 votos NÃO.
Em votação o PLL nº 009/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver. João Antonio Dib.
Apregoamos Emenda nº 04 ao PLCE nº 012/10, de
autoria dos Vereadores Toni Proença e Engenheiro Comassetto.
Em votação Requerimento de dispensa do envio da
Emenda nº 04 ao PLCE nº 012/10 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO, com o voto
contrário do Ver. Mario Fraga.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3262/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/10, que autoriza o Executivo Municipal a
conceder o uso e a doar imóveis situados no Bairro Sarandi – na Rua Senhor do
Bom Fim – e no Passo do Feijó – na Estrada Antônio Severino Neto – ao Fundo de
Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal (CEF), na
sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida, previsto na Lei Federal nº
11.977, de 7 de julho de 2009.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Engenheiro
Comassetto: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII, da LOM.
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 032/10 (Pausa.) O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 032/10.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras,
senhoras e senhores, este Projeto de Lei do Executivo é mais um projeto que
pede permissão a esta Casa para que um próprio público municipal seja destinado
aos projetos de Habitação de Interesse Social, ou seja, trata-se de doação para
o Fundo de Arrendamento Residencial da Caixa Econômica Federal, para que possam
ser ali aplicados os recursos públicos subsidiados hoje para Habitação de
Interesse Social. Faço questão de vir aqui trazer o nosso voto favorável ao
Projeto.
Aproveito a oportunidade para fazer um relato de
minha participação como Conselheiro Nacional da Cidade, representando os
Vereadores do Brasil, na apresentação do Plano de Habitação - PlanHab - para os
próximos 15 anos, ampliando o Programa Minha Casa, Minha Vida. Há uma nova
Medida Provisória do Presidente da República, a de nº 514, de 1º de dezembro,
que reestrutura a Lei nº 11.977, do Programa Minha Casa, Minha Vida. Ela
inclusive flexibiliza a questão do conceito da Habitação de Interesse Social,
porque, até agora, os prédios de até cinco andares teriam que ser de uso
exclusivamente habitacional. Essa Medida Provisória nº 514, de 1º de dezembro,
permite, entre outras questões, que projetos no térreo possam ser comerciais e
que fiquem de propriedade do condomínio. Como é Habitação de Interesse Social,
subsidiada, ela permite que o condomínio gerencie, para pagar seus custos de
infraestrutura, de manutenção, de elevadores e outras utilidades necessárias
para Habitação de Interesse Social.
Outro ponto a destacar é que o subsídio vai cair
prioritariamente para aquela população de zero a três salários mínimos - o
subsídio, até então, era para os da faixa de até seis salários mínimos, e a
grande carência de habitação que possuímos no Brasil é até três salários
mínimos de renda familiar, ou seja, em torno de 1,5 mil reais a 1,7 mil reais
de renda familiar.
Então, trago aqui essas observações e este
Projeto, depois que esta Casa fez muitos debates. O último grande debate, todos
os senhores e as senhoras lembram, foi ainda quando o ex-Prefeito Fogaça enviou
a esta Casa um Projeto de Lei para desafetar e vender 27 próprios municipais, e
nós contestamos. Foi um debate prolongado e reorientou a política municipal.
Esses próprios públicos não devem ser vendidos, e sim destinados aos Projetos
Habitacionais de Interesse Social, que é o que o Prefeito Fortunati envia a
esta Casa neste momento. Demos
parecer favorável ao Projeto e votaremos favoravelmente, porque isso auxilia na
aplicação das políticas públicas de Habitação. A política pública de Habitação
hoje tem subsídio, prezado Fortes. Depois de muito tempo, o Brasil retomou os
Projetos Habitacionais de Interesse Social, e eles só se realizarão se forem
numa medida republicana, em que cada um - União, Estado e Municípios - faça a
sua parte. Neste caso, os Municípios têm que destinar a terra, e aqui o
Município está destinando a terra na elaboração do projeto, e a Caixa Econômica
Federal dispõe dos recursos, que poderão ser a fundo perdido, é dinheiro
subsidiado para quem não tem renda. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE nº 032/10.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
este Projeto, que vai contemplar muitas famílias, é verdade, teve um problema
lá no início. A Senhor do Bom Fim fica lá na Zona Norte, quase esquina da Av.
Assis Brasil, e esse terreno foi desapropriado meses depois de ter sido
adquirido por uma empresa que lá se instalaria e que criaria mais de 250
empregos. Fica ao lado da FIERGS. Na mesma época, o Secretário do DEMHAB tirou
um outro terreno em que caberiam todas as famílias - esse aqui é um pedacinho,
só para algumas famílias, só da Senhor do Bom Fim. Porto Alegre perdeu os 250
empregos, pois a empresa se instalou do lado de lá, em Cachoeirinha, e nós não
resolvemos o problema das famílias que deveriam ser assentadas.
Ver. João Dib, eu vou votar a favor, mas quero
deixar aqui lavrado o protesto ao DEMHAB, que fez isso de uma forma complicada
e sem muita explicação: por que desapropriou um terreno e devolveu outro, se
caberiam todas as famílias lá? Então, apenas isso, há essa dúvida cruel, é uma
dúvida que eu tenho. A Associação dos Empresários da Zona Norte, a Açonorte,
foi ao Secretário da Habitação dizer: “Nós precisamos dos empregos, há um outro
terreno”. Mas não foram ouvidos. Eu mesmo estive lá, e o Secretário não fez
questão de rever a situação.
Quero fazer justiça aqui à Coordenadora do
Gabinete de Planejamento Estratégico, Izabel, e ao próprio Prefeito, que
tentaram no final, mas o estrago já estava feito: a desapropriação já estava
feita, o projeto já estava feito, o que iria custar uma fortuna e inviabilizou
a instalação, não a instalação de uma empresa, mas a instalação de 250 empregos
diretos naquele local, que é um local de empresa, um local de entrada e saída
da Cidade. Temos que ter um pouco mais de respeito e consideração com quem
investe, com quem trabalha e com as entidades que reclamam um pouco. O
Secretário do DEMHAB não ouviu ninguém!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 032/10.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, a minha ponderação a respeito deste Projeto, de certa forma,
acompanha o pronunciamento do Ver. Idenir Cecchim. O principal - e a Casa
conhece a minha posição - é que eu vejo com muita preocupação essa política que
se está consagrando no Município, pela qual o Município desapropria as áreas,
paga por elas e as entrega para a Caixa Econômica Federal, que nessa altura,
Ver. Beto Moesch, se transformou num banco de terras aqui em Porto Alegre, dado
o volume de áreas que foram colocadas à sua disposição. Obviamente, em outras
situações e em outros projetos - espero que esse também tenha esta cláusula
resolutiva -, estabelecia-se que, num prazo “x”, se não fossem realizadas as
obras destinadas à população de baixa renda, de até três salários mínimos de
renda, reverteria essa propriedade para o Município.
Eu não vejo a possibilidade de que essa
quantidade de áreas que o Município está passando para a Caixa Econômica
Federal, em um curto prazo, redunde em projetos capazes de gerar essas
habitações tão reclamadas pela população, porque o Programa Minha Casa, Minha
Vida aqui em Porto Alegre, na faixa de até três salários mínimos, Ver. Toni
Proença, até hoje não entregou sequer uma unidade. Parece que aquele conjunto que
está sendo desenvolvido lá no Barro Vermelho insere-se nessa área e vai retirar
aquele pessoal que está na famosa área do Unidão para ocupar aquela área.
Parece que esse é o primeiro caso do Programa Minha Casa, Minha Vida, na faixa
de até três salários mínimos, no Município de Porto Alegre, depois de três ou
quatro anos de constante bombardeio publicitário. Hoje eu não tenho a menor
dúvida de dizer que, só nas áreas que o Município já passou para a Caixa, ou
que está em vias de passar, ou que foi autorizado pela Câmara Municipal a
passar para a Caixa, teria que se construir, num curtíssimo prazo, Ver.
Paulinho Rubem Berta, mais de 20 mil unidades habitacionais, e nós sabemos que
as coisas não são assim tão fáceis.
Eu não vou votar contra um Projeto destes,
porque, quando apresentaram aqui o Programa Minha Casa, Minha Vida, eu disse
que esse Programa, para ser melhor, só se acontecer. Infelizmente, não está
acontecendo, e eu quero que aconteça. Se esse é o caminho, que me parece
equivocado, que o DEMHAB elegeu de ser colaborador direto da Caixa, passando
esses imóveis para que ela, diretamente, através de empresas particulares, faça
o Programa, eu não tenho nada contra isso, só entendo que teria que se ter um
cuidado maior nesse particular. Nos casos anteriores, eu tive esse cuidado,
coloquei lá uma Emenda que deixava muito claro que, se em um determinado tempo
não fossem executadas as obras anunciadas, o terreno voltaria ao patrimônio do
Município.
O Sr. Carlos
Todeschini:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pela sua
gentileza, Ver. Reginaldo Pujol. De fato, o senhor tem razão, melhor do que o
Programa é a casa acontecendo. Infelizmente, o Município de Porto Alegre está
muito atrasado. Se a gente comparar com São Leopoldo ou com outros Municípios
muito próximos, o Programa Minha Casa, Minha Vida está bastante avançado.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Olha,
Vereador, nessa faixa até três salários, o atraso é nacional.
O Sr. Idenir
Cecchim: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para ajudar o Ver. Todeschini, sem muita ironia, eu quero dizer
que São Leopoldo está tão adiantado que o Presidente Lula inaugurou 600 casas
que não tinham começado a ser construídas!
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, com o aparte do Ver.
Idenir Cecchim, eu concluo a minha intervenção dizendo o seguinte: repito agora
que... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLE nº 032/10.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vim a
esta tribuna para lembrar que tomamos algumas medidas. O Ver. Todeschini diz
que em outros lugares o Programa Minha Casa, Minha Vida está mais adiantado,
isso ocorre, muito provavelmente, por políticas municipais, por providências
adotadas, pelo protagonismo dos Municípios no sentido de encontrarem terrenos,
de facilitarem a flexibilização, o recorte, a matrícula, viabilizando os
projetos.
Eu quero aqui lembrar o debate que fizemos sobre
a existência de quarenta e poucas áreas vazias; Porto Alegre tem projetos para
elas, mas, Ver. Comassetto, muitas dessas áreas são na Zona Sul da Cidade, e
não é porque é para faixa de zero a três salários mínimos que nós não vamos
respeitar, dialogar e construir com essas famílias. Quando votamos aquelas 42
áreas, acabamos votando junto, infelizmente, um artigo, Ver. Brasinha, que
flexibilizava a necessidade de tentar manter as famílias reassentadas na região
da qual são oriundas. Acho que temos que voltar a esse debate nesta Casa. O
Programa Minha Casa, Minha Vida não pode servir para a segregação dos pobres na
cidade de Porto Alegre. O Programa Minha Casa, Minha Vida veio facilitar a
construção de moradias populares e tem que facilitar isso também nas áreas
nobres, porque uma cidade que pensa qualidade, que pensa superar os problemas
da violência tem que pensar que deve compartilhar os espaços públicos.
População de todas as rendas deve ter acesso aos bens culturais, aos bens de
infraestrutura.
Então, não nos serve, eu insisto, uma política
apenas para o Programa Minha Casa, Minha Vida de zero a três anos. Tardou, mas
começou em Porto Alegre, a identificação de áreas e a facilitação para
construção. Precisamos de políticas de leitura sociocultural, de respeito, de
diálogo. Hoje, em Porto Alegre, os 50 mil, Ver. Toni Proença, que se
inscreveram no DEMHAB não sabem qual é o critério, quem vai ocupar e em quais
lugares; as famílias e as comunidades reivindicam. Os milhares de moradores que
serão deslocados em função da duplicação da Av. Tronco e também em função dos
investimentos advindos da Copa do Mundo estão hoje numa insegurança brutal,
porque não sabem se a única alternativa deles será ir morar na periferia da
Cidade, longe do seu ganha-pão, longe dos seus familiares e sem condições de
deslocamento. Portanto, eu não falo do Projeto específico, mas de políticas
integradas. O Programa Minha Casa, Minha Vida precisa compor um conjunto de
políticas que pensa uma cidade harmonizada.
O Sr. Reginaldo
Pujol: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia Cavedon,
rapidamente. O art. 3º restabelece a tranquilidade que eu havia manifestado
anteriormente, na medida em que diz (Lê.): “No instrumento de transmissão
deverá constar cláusula de reversão, para o caso de: I - a obra não iniciar no
prazo de seis meses, contados a partir do registro do loteamento ou
incorporação do empreendimento; ou II - ser dado à obra uso diverso do
estabelecido.” Neste particular eu estou tranquilo. Só preciso ficar
tranquilizado de que será, realmente, para uma população de baixa renda - até
três salários mínimos.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Muito obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.
A lei, num ponto, é prudente, mas V. Exª volta a
um tema que eu trazia à tribuna: quais critérios? Quais comunidades? Em que
fóruns está sendo debatido o direito da população de zero a três salários
mínimos de ver sua demanda atendida? É a composição do acesso à casa com a
melhor região para se localizar, com as condições de dar a contrapartida. Acho
que o Município precisa informar a população e informar esta Casa. O Comathab
está envolvido? E o Orçamento Participativo? Está faltando uma construção mais
clara para que possamos ter mais tranquilidade para aprovar e ajudar com...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Não há mais quem queira discutir. Em votação o
PLE nº 032/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3999/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/10, que desafeta e autoriza a alienação de
parte do leito da Rua Portulaca.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relatora-Geral Verª Maria Celeste: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 046/10. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação o PLE nº 046/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4386/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 061/10, que desafeta e autoriza a permuta de
áreas particulares necessárias à implantação do leito viário da Rua Bezerra de
Menezes por próprios decorrentes do aterramento do Arroio Passo da Areia, nesta
Capital.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 061/10. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação o PLE nº 061/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Conforme acordo firmado entre o Líder de
oposição e o Líder de Governo, a discussão e a votação do PLE nº 035/10 ficam
adiadas para a Sessão da próxima quarta-feira.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4112/10 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 048/10, que
estabelece a área de abrangência dos Conselhos Tutelares, nos termos do § 3º do
art. 42 da Lei Complementar nº 628, de 17 de agosto de 2009. Com Emenda nº
01.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relatora-Geral Verª Maria Celeste:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 048/10. (Pausa.) A Verª
Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 048/10.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, o Projeto que estamos neste momento discutindo é do Executivo,
que estabelece a área de abrangência dos Conselhos Tutelares. Nós, os
Vereadores desta Casa - especialmente os da Frente Parlamentar da Infância, que
coordeno com a participação de outros Vereadores, como o Ver. Toni Proença, que
é o secretário, digamos, da nossa Frente Parlamentar -, tivemos a preocupação
de, ao tomar conhecimento deste Projeto, imediatamente entrar em contato com a
Coordenação dos Conselhos Tutelares e também com o Executivo, com a Secretaria
de Governança, a técnica Sra. Sissi, funcionária de carreira do Município, que
trabalha com a questão dos Conselhos Tutelares há muitos anos na Administração
do Executivo local.
O Projeto tem um excelente mérito, que é o de
unificar a rede de atendimento nas regiões da nossa Cidade - a de Saúde, a da
Assistência Social e a da Educação - no sentido de efetivamente potencializar
toda essa rede de atendimento, inclusive para dar a necessária retaguarda aos
Conselhos Tutelares na cidade de Porto Alegre. Diante desse mérito
importantíssimo, fundamental, para estabelecer a qualificação e dar conta da
demanda dos Conselhos Tutelares na Cidade, nós achamos oportuno que o Projeto
seja votado e aprovado, mas com uma preocupação: já está em andamento na Cidade
o processo eleitoral da campanha dos Conselhos Tutelares, será em março do ano
que vem, processo que foi estudado e trabalhado aqui nesta Casa pela Comissão
Especial, coordenada pelo Ver. Bernardino Vendruscolo. Portanto, ao abrir o
processo de inscrição, o processo já estaria em curso. E, estando este Projeto
tramitando na Casa, nós tivemos uma preocupação maior que foi em relação à sua
constitucionalidade.
Há um processo eleitoral em curso que poderia
gerar recursos, questionamentos, por isso construímos a Emenda nº 01. A Emenda
não é só de autoria desta Vereadora, como relatora do Projeto, mas também do
Ver. Toni Proença, que esteve conosco no Executivo. A proposta é de que, ao longo
da legislatura de 2011 a 2014 - período da próxima legislatura dos Conselhos
Tutelares -, esse processo seja feito de forma gradual para a sua
regionalização. Mais do que isso, não é só um processo para dar conta da
regionalização e para compartilhar Saúde, Assistência Social e Educação, também
devemos levar em conta que essa rede, ao ser instalada, vai possibilitar aos
Conselhos Tutelares os indicadores sociais necessários para que, efetivamente,
se reconheça a demanda de atendimento de cada microrregião na cidade de Porto
Alegre.
Portanto, nós garantimos com esta Emenda um
processo gradual da regionalização, mas também teremos os indicadores sociais
para efetivamente verificarmos quais as violações mais frequentes, mais
presentes na questão dos direitos das crianças e dos adolescentes. E, mais do
que isso, são indicadores por vilas, não apenas como é feito hoje, no conjunto
total da regional. Portanto, esse Projeto vem adequar e dar, com certeza,
consistência e retaguarda aos Conselhos Tutelares da cidade de Porto Alegre.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
discutir o PLE nº 048/10.
O SR. MARIO
FRAGA: Ver.
Mario Manfro, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste nas galerias, quero dar parabéns, inicialmente, para a Verª Maria
Celeste, que colocou tão bem o que relata este Projeto, e também para o
Prefeito Fortunati, que nos manda essa nova alteração, Ver. Mario Manfro. No
meu caso, venho defender uma região que não é minha necessariamente. Verª Maria
Celeste, a unificação das redes é excelente, só que, Ver. Toni, que conhece
muito bem esse assunto - consegui dar uma lida hoje no Projeto -, a Emenda não
deixa tão claro que vai haver a modificação de 2011 a 2014. A Emenda dá a
entender que o Prefeito tem poderes para usar em 2011: pode ser em julho de
2011, pode ser em dezembro, pode ser em 2012.
Ver. Toni Proença e Verª Maria Celeste, o que eu
queria chamar a atenção mesmo, Ver. Comassetto, que conhece bem a região, Ver.
DJ Cassiá, é para a Microrregião 7. Eu não sei como são divididas as demais
regiões, mas eu conheço, sim, a Microrregião 7. Ver. João Bosco Vaz e demais
Vereadores, a Microrregião 7 é o bairro inteiro da Restinga. Vou repetir: a
Microrregião 7, Ver. Mario Manfro, é o bairro inteiro da Restinga. Todos
conhecem a Restinga, todos buscam votos na Restinga. Então, como é que vão
aumentar o Conselho Tutelar da Restinga, Ver. Aldacir José Oliboni, e abranger
outras áreas? Graças a Deus que este Projeto veio, dou parabéns para quem
apresentou a Emenda, já que, Verª Maria Celeste, Emenda é para isso mesmo. Eu
dou como exemplo a Restinga, que conheço mais. Todos os conselheiros são
abdicados, os 50 conselheiros que temos em Porto Alegre. Mas o bairro Restinga
tem cinco conselheiros para cuidar da microrregião. Com este Projeto, se
implementado agora, de imediato, haveria a abrangência, Ver. Cassiá, desde lá
do Cantagalo, desde a divisa de Viamão, da Ponta Grossa até o Chapéu do Sol.
A Srª Maria
Celeste:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario, reconheço o seu
trabalho na Região Centro-Sul da cidade de Porto Alegre e quero dizer que vamos
ter a possibilidade - inclusive, com os indicadores sociais que serão
levantados por meio dessa nova territorialização, especialmente na área da
Assistência Social, Saúde e Educação - de estar concretamente com os dados
compilados e, portanto, quem sabe, com a criação de uma nova microrregião com
base centrada nos indicadores.
O SR. MARIO
FRAGA: Obrigado,
Vereadora. Mais uma vez, parabenizo V. Exª pelo trabalho que tem nessa área.
O Sr. DJ
Cassiá:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, que
honra, que prazer estar dividindo o mandato com o senhor aqui. Seja bem-vindo a
esta Casa. Dou-lhe parabéns pelo tema que o senhor, neste momento, está
debatendo, que é a questão desta microrregião. Vereador, eu tenho uma opinião
formada sobre a questão de todas as microrregiões e principalmente sobre a
forma como é feita a eleição dos Conselhos. Defendi nesta Casa, defendi na
Comissão de Educação, enquanto fui Presidente no ano retrasado, que esta Casa
deveria se debruçar, com bastante tempo, e discutir sobre as regiões,
principalmente sobre a forma de implantar as eleições dos conselheiros em Porto
Alegre. Parabéns pelo tema.
O SR. MARIO
FRAGA:
Obrigado, Ver. Cassiá.
Então, mais uma vez, parabenizo o Governo por
ter mandado o Projeto para esta Casa, parabenizo também os Vereadores que estão
interessados no tema. Fica aqui o meu registro de que não conheço realmente
todas as outras regiões, mas a Microrregião 6 e a Microrregião 7 eu conheço de
cor e salteado. Fica esse alerta, principalmente ao Ver. Toni, que é o
Presidente da Comissão. E fica esse alerta sobre a Microrregião 7, que, com
cinco conselheiros, tem número suficiente para atender exatamente apenas o
bairro Restinga. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLE nº 048/10.
O SR. TONI
PROENÇA: Ver.
Mario Manfro, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos visitam hoje; pessoal lá do Hospital Porto Alegre, que está aí
zeloso pelas causas da Saúde Pública de Porto Alegre; nossos companheiros do
Simpa; Bancada do PT, que realiza aqui uma reunião extraordinária neste
momento. Ver. Mario Fraga, quero cumprimentá-lo pela atenção que dá aos
Projetos que estão tramitando na Casa. O objetivo deste Projeto, já relatou a
Verª Maria Celeste, é justamente para que a gente possa construir uma
territorialização única na cidade de Porto Alegre. O Ver. Comassetto, há pouco,
apresentou uma Emenda ao Projeto que regulamenta os Centros Administrativos
Regionais também com esse objetivo. Porto Alegre é uma Cidade que possui, do
ponto de vista administrativo do Executivo Municipal, várias
territorializações. A EPTC possui quatro coordenadorias, cada uma atendendo a
determinada região. A Secretaria da Saúde e a FASC procuraram, neste Projeto,
junto com os Conselhos Tutelares, unificar as redes de atendimento.
Inevitavelmente, vamos ter que caminhar para isso, Ver. Mario Fraga.
A Emenda nº 01, que foi construída junto com o
Executivo, no seu § 1º, diz (Lê.): “A delimitação da área de abrangência dos
Conselhos Tutelares dar-se-á de forma gradual [...]”. Portanto, o Prefeito não
pode, em uma canetada, decidir isso. O que ficou acertado é essa forma gradual,
justamente porque o Projeto está sendo apresentado em meio a um processo
eleitoral. O Projeto carece... Carecemos todos nós das informações que só os
indicadores sociais poderão nos dar. Os indicadores sociais serão os
responsáveis por nos orientar de que maneira temos que melhorar, modificar ou
alterar a área de abrangência dos Conselhos Tutelares.
Eu acho que nós não vamos escapar de aumentar o
número dos Conselhos Tutelares em Porto Alegre. Porto Alegre, através do
Orçamento Participativo, está dividido em 17 Regiões. Esse, talvez, seja o
número ideal também para distribuirmos todos os órgãos da Prefeitura, todas as
atuações dos Conselhos de Direito, todas as atuações do controle social, junto
com a participação. Acho que vamos por esse caminho e temos que fazer isso de
maneira gradual, para que a Prefeitura e a população possam ir se adequando
pouco a pouco a essa territorialização. Não faz sentido que cada órgão, cada
Secretaria, cada empresa pública tenha a sua regionalização. Os Conselhos, o
controle social e a participação popular, hoje, já estão com essa territorialização
unificada. Esta Emenda pretende unificar as redes de atendimento da Saúde e da
Assistência Social com o atendimento e a abrangência dos Conselhos Tutelares.
Esta é a ideia do Projeto, por isto a Emenda: só para prevenir que essa
abrangência seja modificada gradualmente em função de estarmos vivendo o
processo eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Não há mais quem queira discutir.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 048/10.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLE nº 048/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2882/10 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 023/10, que altera a letra “c” do Anexo I da Lei nº 6.309,
de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, criando funções
gratificadas. (SMS – Gerente II e Responsável por Atividades I)
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM em 08-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 023/10. (Pausa.) O Ver.
Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir o PLE nº 023/10.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Sr.
Presidente, Ver. Mario Manfro; Vereadores, Vereadoras, todos os que nos
assistem, este Projeto cria quatro funções gratificadas de Gerente e uma função
de Responsável por Atividades, que correspondem a uma necessidade da
municipalização da região do Murialdo. Isso já vem desde 2009, e nós
participamos muito ativamente da questão da municipalização, que também foi um
processo que teve a sua política envolvida, teve a sua luta de muitos anos, e
conseguiu-se chegar a um denominador comum. Hoje o Poder Público da Cidade de
Porto Alegre, eu diria que com maior força, com maior investimento, já está se
fazendo muito presente naquela região. E nós temos que reconhecer aquelas
pessoas que são Gerentes, que são Responsáveis por Atividades, que até o
momento não têm reconhecimento pecuniário nenhum. Então, é importante que
tenhamos, pelo menos, esse mínimo reconhecimento, para que as pessoas que são
realmente muito dedicadas e que estão à frente das Unidades de Saúde possam ter
esse reconhecimento e continuar prestando o excelente serviço que prestam à
comunidade.
Este é o relato, e, com certeza, um voto “sim” é
muito importante para que aquela região consiga progredir mais ainda em
qualidade de vida, para eliminar os piores índices de Porto Alegre que, ao
longo dos anos, na área de Saúde Pública, lá se apresentam, para que nós
possamos - como vimos fazendo ao longo deste ano - melhorar, colocar novas
Unidades de PSF na região, valorizar e colocar mais recursos humanos lá, dando
um atendimento de mais qualidade e de mais abrangência na região do Partenon,
na Cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLE nº 023/10.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Sr. Presidente, na verdade nós nos inscrevemos para tirar dúvidas com relação
ao Projeto. Por quê? Na redação que nos veio, que chegou aqui para os
Vereadores e Vereadoras da Câmara, a redação do Executivo, fala-se da criação
de cinco FGs, Funções Gratificadas, uma para Centro de Saúde e três para
Unidades Básicas de Saúde, como estrutura para municipalização da saúde, da
Atenção Básica da Saúde em Porto Alegre, mas não especifica.
O Ver. Dr. Raul veio agora falar da necessidade
de intensificar a municipalização ali no Partenon e nos Postos, nas Unidades
Básicas de Saúde, que eram referentes ao Murialdo, que foi fruto de uma luta de
quase dois anos das pessoas, das entidades vinculadas à Saúde, dos residentes.
No decorrer da municipalização ocorreram vários problemas, que nós, inclusive,
acompanhamos na Comissão de Saúde, sob a presidência do Ver. Todeschini. E
participamos juntos de vários debates relativos à abertura principalmente da
UBS - Unidade Básica de Saúde - lá da Vila Vargas; um setor enorme da população
tinha que se deslocar de cinco a seis quilômetros para poder ter o atendimento
garantido, uma vez que a Unidade Básica de Saúde estava fechada por conta da
falta de repasse das verbas do Governo Estadual, do problema da chave. Foi toda
uma burocracia, e, no final, foi resolvido com muita luta da comunidade.
O Sr. Carlos
Todeschini: V.
Exª permite um aparte?
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Antes
de lhe dar o aparte, eu gostaria de perguntar para o Líder do Governo, para a
representação do Governo - para o Valdir Fraga, que faz essa inter-relação:
quais são as Unidades Básicas de Saúde que estão sendo apontadas neste Projeto
e qual o Centro de Saúde? Para podermos votar com tranquilidade e, de fato,
sabermos onde estão sendo alocados os recursos do Município.
Ver. Todeschini, concedo-lhe o aparte.
O Sr. Carlos
Todeschini: Verª
Fernanda, o Ver. Dr. Raul me informou que esses recursos são para prover as
chefias daquelas Unidades do Murialdo, que, de fato, foram municipalizadas, mas
não havia a previsão de FGs de chefias instituídas para gerenciamento das
Unidades. Portanto, eu acho que cabe, em lei, destinar especificamente a cada
Unidade, mas nos satisfaz a resposta que o Ver. Dr. Raul, da base do Governo,
nos dá, que é para atender as necessidades das Unidades do Murialdo. Muito
obrigado.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Eu
é que agradeço o seu aparte, Ver. Todeschini. Eu acho que, de fato, sana a
necessidade de informação com relação às Unidades Básicas de Saúde do Murialdo,
para justamente promover aqueles profissionais que, nesse processo da
municipalização, ficaram sem as garantias de exercer essa função de chefia. Eu
quero reiterar que, em sendo assim, tem o nosso voto evidentemente favorável.
Mais uma vez, quero relembrar a luta, de muito tempo, que a comunidade do
Partenon, em conjunto com os funcionários, com os trabalhadores, com as
entidades fizeram, buscando a municipalização. Mesmo nesta Casa, muitas
reuniões foram feitas para que, de fato, se resolvesse o descompasso que havia
entre o Governo do Estado e Governo Municipal. Certamente o Projeto contará com
o nosso voto favorável!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Não havendo quem queira discutir, em votação o
PLE nº 023/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. PAULO
MARQUES (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de pedir um minuto de
silêncio pelo falecimento, na última quinta-feira, de Olívio Elustondo, o Leco,
lá de São José, figura notória da região. Ele foi treinador do Departamento de
Veteranos e jogador do Clube. E hoje faleceu Antônio do Amaral, o Toninho,
Diretor de Patrimônio, lá de São José, que está sendo velado em Cachoeirinha.
São figuras notórias, de expressão da Região Norte, merecem a consideração
desta Casa.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Sem dúvida, Ver. Paulo Marques. Solicito que
todos se coloquem em pé para prestarmos a homenagem.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Ver. Mario Manfro pela condução dos
trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4369/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/10, que altera o art. 11, o inc. XXI do
art. 21, a al. “b” do § 1º do art. 70, o “caput” e o item 2 da al. “a” do inc.
I do art. 72 e acrescenta item 3 na referida alínea, todos da Lei Complementar
nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de
competência do Município. Com Emenda nº 01.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e
CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCE nº 015/10.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, o Parecer do Ver. Carlos Nedel é para o Projeto e a Emenda?
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Projeto e Emenda, ambos pela aprovação.
(Procede-se à leitura da Emenda nº 01 ao PLCE nº
015/10, solicitada pelo Ver. Airto Ferronato.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 015/10.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com a abstenção da Verª
Fernanda Melchionna.
Em votação o PLCE nº 015/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a abstenção da Verª Fernanda Melchionna.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4243/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/10, que cria no Município de Porto Alegre o
Fundo para Implementação do Programa de Redução Gradativa (FRGV) de Veículos de
Tração Animal (VTAs) e Veículos de Tração Humana (VTHs), seu Conselho Gestor e
dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCE nº 014/10. (Pausa.) O Ver.
Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 014/10.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
diria o Ver. Elói Guimarães que este Projeto é despiciendo; ou seja, ele é
desnecessário, porque já está previsto numa lei recentemente aprovada, de minha
autoria. Bastaria o Governo Municipal regulamentar a lei que aprovei aqui com a
anuência de Vossa Excelência - foi aprovada por unanimidade, então era só fazer
a devida regulamentação. Como nós não estamos aqui para complicar, mas para
facilitar, não há nenhum problema em mais uma lei.
Agora, esperamos que ela seja efetivamente
cumprida, porque estou cansado de ver carroças circulando e lixo espalhado por
todos os cantos da Cidade: são carrinheiros puxando morro acima, morro abaixo,
segurando o seu carrinho, numa atividade exaustiva ao máximo, pessoas que
precisam ser reconduzidas a novas atividades ou às atividades antes feitas.
Eles, agora, precisam de uma requalificação profissional. O Fundo é exatamente
para isso, já está na lei que nós aprovamos aqui. Os cursos de formação também
estão lá, tudo está lá. Agora, o que nós vamos aproveitar com este debate
aqui... Vou pedir ao Líder da minha Bancada para depois, inclusive, encaminhar
este Projeto, porque, a partir de agora, aprovado este Projeto, diariamente eu
vou colocar em todos os fóruns e desta tribuna, Ver. João Dib, Líder do
Governo, uma cobrança: quero saber onde estão sendo realizados os tais cursos
para reinserção dos carroceiros, carrinheiros e suas famílias em uma nova
atividade produtiva.
Dizem as pesquisas feitas recentemente em Porto
Alegre e na Região Metropolitana que o nosso desemprego, Ver. Cecchim, está em
torno de 5,6%, oscila entre 5% e 6%; ou seja, é praticamente nulo o desemprego.
E essa é uma parcela da população que não trabalha, que não tem qualificação
nenhuma, mas, se tivéssemos ousadia, se tivéssemos determinação de tirar as
carroças das ruas, encontraríamos maneiras eficazes de treinar essas pessoas
para se tornarem auxiliares de pedreiro, auxiliares de cozinha, para
trabalharem em serviços gerais. Estão faltando muitas pessoas no mercado de
trabalho. Hoje um jornal da Capital publicou que um empresário colocou, Ver.
Cecchim, uma placa na sua empresa pedindo trabalhadores de todas as profissões,
de todas as habilidades, Ver. Paulo Marques. Nós precisamos fazer o que Canoas
fez, o que Caxias fez: treinar mulheres para a construção civil. Elas têm muito
mais habilidade, muito mais paciência para serem gesseiras, colocadoras de
azulejo, para os trabalhos de eletricidade. E há pesquisas, inclusive, feitas
na construção civil, dizendo que elas desperdiçam muito menos material.
O Sr. Idenir
Cecchim: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Adeli Sell. Em
relação a esse setor que está pujante, o setor da construção civil: na obra é
oferecido café da manhã, banho quente, almoço e café da tarde. Nenhum
carroceiro provavelmente tem essas condições em qualquer momento do seu trabalho.
Acho interessante, importante que se faça por esse setor, que está precisando
de mão de obra; que se desenvolva um trabalho junto a essas pessoas que estão
fora da dignidade humana e que poderão tê-la, sinceramente, em um canteiro de
obras.
O SR. ADELI
SELL:
Gostaria de saber se algum Vereador pode me ceder o seu tempo. Eu faria muito
gosto se alguém pudesse se inscrever. (Pausa.) O Ver. Brasinha me cede o seu
tempo!
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLCE nº 014/10 a partir deste momento por cedência do Ver. Alceu
Brasinha.
O SR. ADELI
SELL:
Ver. Brasinha, muito obrigado.
O Sr. Paulo
Marques: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para dar uma contribuição:
estamos estudando uma forma para propor que haja cursos de tratador de cavalos
para essas crianças e homens que vivem da tração animal. Isto é uma coisa que
cresce muito, principalmente na nossa Cidade, que é a questão da hotelaria do
cavalo. Acho que não tiraríamos tanto do foco essas pessoas. Então, estamos
estudando uma forma de propor isso, uma forma de fazer com que essas pessoas
passem a trabalhar também nessa questão do trato do cavalo. Acho que é uma
contribuição importante que a gente pode dar.
O SR. ADELI
SELL:
Acho, Vereador, que todas aquelas atividades que possam empregar são boas. Mas
eu teimo em dizer que há profissões que têm muita necessidade de mão de obra,
por isso estou batendo tanto nisso, e o Ver. Cecchim veio aqui exatamente
secundar a questão da construção civil. Nós estamos vendo placas em todas as
obras solicitando mão de obra para a construção civil. Precisamos fazer com que
as pessoas que são ajudantes passem a ser pedreiros; que um bom pedreiro passe
a ser qualificado para ser um bom carpinteiro e assim por diante, Verª Sofia.
As mulheres estão sendo treinadas no Programa Mulheres Construindo Autonomia na
Construção Civil, em Canoas e em Caxias do Sul - um Governo do PT e outro
Governo do PMDB, mas que têm a compreensão de que as mulheres podem ser capacitadas
para qualquer profissão nos dias de hoje.
A Srª Sofia
Cavedon:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu quero
concordar contigo, mas faço uma observação que acho que é importante: temos uma
cultura muito diversa em relação às pessoas que vivem das carroças. Sabes muito
bem, é uma cultura da liberdade do seu horário, do seu ganho no dia a dia.
Então, é muito importante combinar essa formação com uma ação para o conjunto
do Delta, por exemplo, com escola forte, com a regularização fundiária, com o
turismo. Porque, se eles sentirem que a comunidade e a sua vida estão mudando,
talvez se envolvam e aceitem. Tu tens toda a razão, mas nós precisamos de uma
ação articulada muito grande, acho que o Fundo é bem-vindo, mas tem que se pensar
dessa maneira.
O SR. ADELI
SELL: Se
nós tivéssemos, Verª Sofia, o recolhimento correto do lixo seco, nós teríamos
condições de ter quatro turnos nos 16 galpões. Culpa nossa também, não posso
aqui cobrar só do DMLU. É verdade que as empresas que prestam serviço - ouça
bem, Ver. João Dib, o que eu estou afirmando - no DMLU estão dando calote, não
estão cumprindo os horários. Eu já fiz solicitação dos contratos e vou
fiscalizar, como faço com tudo aqui, Ver. João Dib. Quando se faz a coisa
certa, eu elogio, eu busco colaborar.
Gostaria que todos nós fizéssemos campanhas:
somos 36, se nós repetirmos em nossos boletins, em nossos contatos pessoais, em
nossas tribunas de rádio, televisão e desta tribuna que é preciso reciclar o
lixo, guardar o lixo seco, separar, nós teríamos mais lixo reciclável, que é
dinheiro, que é capital, que é geração de renda, que é trabalho nos 16 galpões,
com turmas de seis horas, quatro turmas, dia e noite, sem nenhum problema. Nós
também somos responsáveis, porque não fiscalizamos o Executivo com o vigor que
temos de fiscalizar. Não importa se o Prefeito é o Fortunati ou se é o João
Antonio Dib, não importa quem seja, não importa; é preciso, João Dib, ter a
consciência de que o Vereador é o fiscal e representa o povo de Porto Alegre.
Se o caminhão do DMLU não passa na hora, nós temos que cobrar do DMLU e do
Prefeito Municipal, essa é uma obrigação nossa. Não precisaríamos ter as
pessoas sofrendo, puxando carrinho morro acima e segurando morro abaixo;
teríamos condições de ter galpões de reciclagem funcionando vinte e quatro
horas. Portanto, é hora de arregaçar as mangas, é hora de começar a fazer o que
é de nossa competência, por isso eu estou aqui, para trazer este clamor. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCE
nº 014/10.
O SR. BETO
MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, primeiro, gostaria de pautar a minha manifestação no seguinte
sentido: é de fundamental importância deixar consignado aqui que o simples fato
de o Poder Executivo apresentar a criação de um Fundo para Implementação do
Programa de Redução Gradativa de Veículos de Tração Animal e Tração Humana já
mostra a vontade política do Governo, Ver. Toni Proença, no sentido de tentar
finalmente instituir uma política de bem-estar animal na cidade de Porto
Alegre. Isto tem que ficar consignado aqui: o próprio Executivo está criando um
Fundo e dialogando diretamente com a lei e com o decreto que institui a redução
gradativa dos veículos de tração animal e humana na cidade de Porto Alegre.
Portanto, por esse fato, já merece o nosso apoio. Segundo, pela primeira vez na
história de Porto Alegre o próprio Executivo apresentou, no seu Orçamento,
verbas específicas - em torno de 300 mil reais - visando justamente à redução
gradativa de veículos de tração animal e humana na cidade de Porto Alegre. Já
há, portanto, 300 mil reais no Orçamento, independentemente do Fundo.
Nós precisamos de uma política - nós, Câmara de
Vereadores -, precisamos de ações como essa, que busca coibir os maus-tratos
aos cavalos e dar vida digna às pessoas, porque deixar os cidadãos simplesmente
por aí, perambulando, sem atendimento, sem convênios, isso também é desumano. A
proposta não se resume ao bem-estar animal, é muito mais do que isso, ela trata
da convivência sadia entre as pessoas, trata da educação, saúde, higiene das
pessoas que moram na cidade de Porto Alegre, que se valem ou não das carroças.
Ver. Nedel, a Câmara de Vereadores, desde 2001 - já são três Legislaturas -,
pauta esse assunto na Cidade, dialogando com a sociedade, o que fez com que o
Executivo elaborasse ações coibindo maus-tratos aos animais e dando condições
dignas às pessoas que se valem do veículo de tração animal, no caso a carroça.
Daí o Termo de Compromisso de Ajustamento
firmado com o Ministério Público, em virtude da nossa representação no Fórum de
Bem-Estar Animal, viu-se a omissão da Prefeitura, em 2001, com relação à
fiscalização dos maus-tratos aos cavalos que puxavam carroças. Depois, houve
emendas orçamentárias nesse sentido; elas, pela primeira vez, insisto, vieram
do próprio Executivo. A pauta “carroças” passou a criar corpo e força na cidade
de Porto Alegre. Este Projeto de Lei é fruto de um trabalho extremamente rico
desta Casa, que culminou numa lei, num decreto e, ainda neste ano, numa
Comissão Especial, a qual tive a honra de propor e presidir. A proposta pede,
justamente - está aqui, sim, na lei -, capacitação para os condutores de
carroças e de carrinhos, como alfabetização, cursos para colocação no mercado
de trabalho e designação de locais para receber os animais que não serão mais
utilizados. Esse é um instrumento fundamental, insisto, e que dialoga
diretamente com a lei, Sr. Presidente; dialoga diretamente com o decreto e
dialoga diretamente com os trabalhos que esta Câmara faz desde 2001. Com
certeza, nós, aos poucos, vamos começar a ver um cenário cada vez melhor no que
diz respeito à dignidade dos animais e, principalmente, das pessoas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLCE nº 014/10.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, quando aprovamos aqui nesta Casa
a Lei Complementar que determinou uma política para os carroceiros ou
carrinheiros, fizemos um grande debate. Eu fui um dos Vereadores que votaram
contra a lei, fizemos uma proposta ao Governo - na época, o do Fogaça - que não
foi aceita. Um dos autores do Projeto foi o Ver. Sebastião Melo, e nós
dizíamos, já naquele momento, que um programa para retirar ou dar condições de
vida para os carroceiros e carrinheiros deveria ter recursos, deveria ter
fundo. A emenda que propunha destinação de recursos orçamentários para o
programa foi rejeitada na época.
Esse debate se deu em 2008, portanto há dois
anos, mais precisamente em agosto de 2008, são dois anos e alguns meses. Já
transcorreram dois anos e meio, e, na verdade, nada aconteceu sob o ponto de
vista do programa de apoio a essas categorias de trabalhadores, se posso assim
dizer, porque eles existem, estão ali aos nossos olhos, transitam diariamente
com as suas carroças e seus carrinhos pela cidade de Porto Alegre.
O Prefeito Fogaça, na época, sancionou a lei, e
agora o Prefeito Fortunati propõe que seja criado esse Fundo para Implementação
do Programa de Redução Gradativa de Veículos de Tração Animal e Veículos de
Tração Humana. Obviamente, vimos aqui para dizer que é necessário ter esse
Fundo, mas que seja com recursos, porque Fundo sem fundos não existe. Nós
aprovamos, há poucos dias, o Orçamento para 2011, e não havia, Ver. Raul,
recurso destinado para essa atividade.
Portanto eu já faço essa fala para dizer que,
assim que for sancionado esse Fundo, nós já temos que ver vida nele, para que
esse Projeto inicie a sua aplicação, porque, pela quantidade de carroças e
carrinhos que ainda circulam pela Cidade, precisa-se de um projeto de
qualificação, sim. Para mudar o equipamento de transporte da carroça para o
carrinho elétrico, por exemplo, o que seria uma bela solução, um veículo não
poluente, precisaria haver todo um processo de formação dos recicladores que
recolhem os produtos recicláveis da cidade de Porto Alegre.
Então, eu venho aqui para levantar essas
questões e dizer que eu e a Bancada do PT votaremos favoravelmente ao Projeto,
mas é necessário que isso se aplique imediatamente. Também em relação aos
animais que são abandonados pela Cidade, o Centro de Controle Zoonoses precisa
se reestruturar e se qualificar para receber esses animais e salvá-los enquanto
há tempo.
O Sr. Alceu
Brasinha:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engenheiro Comassetto,
na época, nós votamos juntos. Eu votei contra e votaria contra novamente,
porque é um Projeto que não tem estrutura nenhuma, mas, no caso deste Projeto,
eu votarei favoravelmente, porque estão criando um Fundo para o cidadão mais
humilde. Ver. Engenheiro Comassetto, vemos pessoas que defendem os cavalos, mas
não vejo ninguém defender o boi, o terneiro. Por que o cidadão não os defende?
São animais - um boi, uma vaca -, mas só defendem o cavalo, o cachorro. Então
eu quero dizer que votei contra e novamente votaria contra hoje.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado.
Este Projeto do Executivo, que vem dois anos e
meio depois que votamos aquela lei, vem para consertar aquele Projeto, criando
recursos, o Fundo, que trata tanto da população que trabalha com a reciclagem
de carroças e carrinhos, como da saúde dos animais. Ele terá o nosso voto
favorável. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº
014/10. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação do PLCE nº 014/10.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver.
Comassetto, obrigada por me conceder o encaminhamento mesmo sem ter consultado
Vossa Excelência; minha intenção é frisar algumas posições que tanto V. Exª
quanto o Ver. Adeli trouxeram para cá. A lei que trata da retirada das carroças
é uma lei bastante complexa de realizar, e acho que a Cidade deve ousar no
sentido de emancipar e incorporar todos seus cidadãos em atividades menos
brutas, de menor exposição física das famílias, porque as nossas crianças...
Porto Alegre tem muitas crianças no trabalho infantil, mexendo no lixo -
separando, coletando -, andando nas carroças. Chamo atenção para isso, porque
nossa Cidade é pujante, é uma Cidade que pode escolher dois caminhos: crescer
concentrando privilégios ou crescer incorporando mais pessoas numa vida digna.
Este Fundo é um instrumento importante, mas é
importante se tiver a sua aplicação vinculada ao diálogo com os recicladores,
Ver. Pujol. Nós precisamos envolver todos os catadores em núcleos e buscar a
discussão, a construção de alternativa, porque esse processo, mesmo sendo um
processo mais lento, pode resultar em qualidade de vida. Não adianta nós nos
colocarmos uma data: “Ah, como a Copa está chegando, não tem que ter mais pobre
circulando na Cidade”, isso não serve e não resolve a situação de
miserabilidade ou de vulnerabilidade. O que pode fazer com que essa população
avance e opte por uma alternativa de sobrevivência é um projeto envolvendo
diferentes políticas. Não se trata apenas de uma política de qualificação
profissional, porque sequer eles vão participar das aulas; precisa-se de uma
política de bolsas, de bolsa-trabalho, para que eles, ao mesmo tempo em que
estejam aprendendo, tenham um recurso; precisa-se de uma política de escola,
com contraturno para essas crianças, com trabalho educativo para os jovens, com
alternativas de renda vinculada à sua cultura, que é a cultura dos ilheiros,
uma cultura bonita, de sobrevivência na relação com as ilhas.
No final de semana estive em Buenos Aires, Ver.
Beto Moesch, e lembrei muito das nossas discussões. Conheci o Delta do Tigre e
fiquei fazendo perguntas para a guia que ela não sabia responder. O Delta do
Tigre tem mais de cinco mil ilhas, Ver. Reginaldo Pujol, é belíssimo! Claro que
eu visitei só uma parte. E, ao mesmo tempo, a cidade de Buenos Aires, Ver.
Nelcir Tessaro, que a gente traz como exemplo o porto, nunca esteve tão suja,
não tem um processo de dignificação dos estrangeiros. As pessoas estão
separando lixo, vivendo de lixo no meio da rua, com crianças pedindo, com
crianças dormindo na rua, e é uma cidade que já teve uma pujança. E eu não vi
no Delta do Tigre um cuidado para que aquele lindo manancial seja público, de
fato, para que não seja poluído, porque o rio Tigre está completamente poluído.
Eu perguntava sobre políticas de saneamento. Porto Alegre está dando outro rumo
para a cidade. Se o Pisa se
realizar, nós sanearemos o nosso Guaíba. Se pensarmos em políticas inclusivas,
qualificativas para os nossos carroceiros, podemos dar outro rumo para a
infância também.
Ver. João Antonio Dib, eu tenho muita vontade de
que a nossa Cidade seja exemplo de uma cidade que cresce com todos os seus
habitantes. Então, acho que esse Fundo tem que ser forte e, principalmente, ter
uma forma democrática, inclusiva, uma forma global, olhando o cidadão a quem
ele se destina, porque isso pode transformar a vida dessas pessoas, sim. De
forma autoritária, fragmentada, sectária, nós não nos vamos transformá-los, nós
não vamos envolvê-los. Então, essa é a minha convicção. Acho que temos que
votar, para que, nesse sentido, possamos... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Gostaria de lembrar às Sras Vereadoras, aos Srs. Vereadores e aos
servidores desta Casa que, daqui a poucos minutos, teremos a nossa
confraternização, que acontecerá aqui em frente ao plenário. Gostaria de contar
com presença de todos os Vereadores e os servidores desta Casa.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu acho que o Projeto deve
ser aprovado. Todos nós sabemos que há dotação orçamentária no Orçamento para
2011 para implementação desse Programa e, consequentemente, para o Fundo, sem
dúvida nenhuma.
A Emenda nº 01, do Ver. Sebastião Melo, solicito
que não seja aprovada, porque a EPTC não tem uma situação financeira tão
tranquila que possa fazer com que 10% dos recursos que chegam a ela sejam
repassados ao Fundo. Eu acho que, no futuro, talvez possa acontecer, mas neste
momento a EPTC não tem essa condição. Eu pediria, portanto, que os Vereadores -
lamentavelmente, pedindo - rejeitem a Emenda, porque ela não vai ajudar na
solução do problema. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10.
O SR. DR. RAUL
TORELLY:
Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, todos os que nos assistem, eu vim encaminhar este Projeto no
sentido de apoio realmente ao Fundo, que é de extrema relevância, para
tentarmos resolver essa questão na cidade de Porto Alegre. Também relembro uma
questão importante: quando foi votado nesta Casa o Projeto que retirava as
carroças em oito anos de Porto Alegre, eu me posicionei favoravelmente aos
carroceiros e não à retirada em oito anos. Por quê? Porque, como médico,
trabalhando com populações carentes há 30 anos, convivo no dia a dia com a
situação de pobreza do carroceiro, porque é desse trabalho que vem o seu
sustento. Acho que nós tínhamos que nos preocupar com a melhora no tratamento
dos animais e com as crianças, que não devem estar na frente das carroças, e
sim na escola. Com isso tudo, com certeza, temos concordância. Agora,
estabelecer um prazo, como foi feito, e dizer que, num determinado prazo,
deverá estar resolvido... Nós conhecemos a vida pública, sabemos como os prazos
se alongam, infelizmente se alongam cada vez mais. Não é à toa que nós tínhamos
que ter UPAs em Porto Alegre, e não temos; não é à toa que nós tínhamos que ter
muito mais Programas de Saúde da Família em Porto Alegre, e não temos; e os
prazos vão se alongando, alongando-se, alongando-se. Na realidade, quem sai,
por exemplo, da Ilha do Guaíba, da Ilha Grande dos Marinheiros, da Ilha do
Pavão, da Vila Nazaré, entre tantos outros locais, quem sai às 4h ou 5h, na
madrugada, numa carroça, não sai para brincar, sai para trabalhar. Essa é a
possibilidade de sustento que essas pessoas têm.
Agora, se nós realmente queremos - todos
queremos - uma Cidade mais limpa, onde se trafegue melhor, onde as coisas fluam
melhor, precisamos, efetivamente, sair do discurso e ir para a prática, fazer
com que essas pessoas tenham qualificação, possam ganhar razoavelmente para
manter as suas famílias. A grande maioria é de pessoas que vieram do Interior,
que não tiveram oportunidade de educação, que não conseguem, com facilidade,
empregos, sejam eles quais forem, e, no lixo, no andar pela Cidade, no vender
coisas com carroças, enfim, elas conseguem a sobrevivência delas e das suas
famílias. O que estou dizendo nada mais é do que: nós temos que investir num
Fundo, em projetos, em programas, para que as pessoas possam sair da
marginalidade. Infelizmente, muitas delas acabam caindo na marginalidade,
porque, se nós tirarmos o emprego das pessoas que estão à frente de suas
carroças, tentando fazer alguma coisa para a sua manutenção, vamos ter uma marginalidade
muito maior na sociedade afligindo a todos, trazendo cada vez mais insegurança.
Então, nós temos que dar segurança e dar renda a essas pessoas, para que
possamos, aí, sim, ter uma Cidade melhor, mais qualificada, com mais dignidade
e com um trânsito mais livre. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho à tribuna ratificar e lembrar
o meu voto contra, e já se passaram dois anos, Ver. João Bosco Vaz. Para botar
um Projeto com essa qualidade de grandeza, teria que existir uma estrutura
pronta. Mostrem onde está a estrutura para fazer a qualificação desse cidadão
que só sabe trabalhar com carroça, que se criou lá no Interior, que migrou para
a cidade grande, e agora querem tirar a carroça desse cidadão?! Eu discordei
completamente, votaria contra novamente porque... Primeiro, apresentem-me a
estrutura. É a mesma coisa que aquele cidadão que quer casar e não tem casa
para morar; primeiro ele casa para depois ir atrás da casa. Assim é este
Projeto. Vocês imaginem aquele cidadão que só sabe andar na sua carroça, aquele
cidadão que só sabe catar lixo, que nem dirigir sabe, ele teria que ter uma
qualificação bem maior para tirar a carteira de motorista, Ver. Adeli Sell.
Conheço o interior do Estado, sou filho de agricultor, nós tínhamos carroça com
boi, cavalo, e por que ninguém defende o boi que lavra o dia todo lá na roça,
qual a diferença? Venho a esta tribuna para dizer que votarei favoravelmente,
mas quero que alguém me apresente uma estrutura que possa substituir as
carroças em oito anos - já se passaram dois, faltam seis anos, só quero ver
para acreditar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu
quero dizer claramente que a votação desta matéria me enseja evocações,
lembranças. Lembro-me dos anos 50, eu era menino em Quaraí, o meu pai era
comerciante, e o rancho era entregue de carroça. A minha grande alegria era
ajudar a conduzir a carroça nos sábados, único dia em que me era permitido
trabalhar na carroça, porque, nos outros dias, eu tinha que estudar. É claro
que, se fosse hoje, seguramente o meu pai seria penalizado porque estaria
explorando um menor. Mas essa minha lembrança não faz com que eu fique
desfocado da realidade atual de Porto Alegre.
Eu quero dizer, Ver. Todeschini, que eu me sinto
até envergonhado, como Vereador na cidade de Porto Alegre, no século XXI, no
ano de 2010, por ter que trabalhar em cima de um Projeto que se destina não só
aos veículos de tração animal como também aos veículos de tração humana.
Veículos de tração humana no século XXI! Essa situação eu tenho que registrar
de forma lamentável. É evidente que vou votar favoravelmente a esse Projeto,
acho que, de certa forma, ele é tímido. Para essa situação, que é absolutamente
inaceitável, tem que acordar não só a Câmara de Vereadores mas o Município de
Porto Alegre, o Estado do Rio Grande do Sul, o Governo Federal, porque o tal de
carrinheiro existe, lamentavelmente, meu caro Luiz Fernando, não só na cidade
de Porto Alegre, mas também em várias outras cidades.
Estão querendo fazer cursos para retirar o
carrinheiro da rua, e eu acho que seria altamente positivo, sob os aspectos de
circulação, social, econômico, humanitário, que o carrinheiro não mais
existisse, Ver. Brasinha. Agora, ele tem que ter um emprego que corresponda em
resultado pecuniário ao que ele tem. É evidente que essas pessoas vivem numa
distorção, ganham razoavelmente bem hoje, mas não contribuem para a
Previdência, não contribuem para coisa nenhuma e vão ter dificuldade mais
tarde. Mas tem que ter alguma coisa mais palatável neste País, onde se dá
dinheiro para Deus e o mundo, mas, na hora de fixar o salário mínimo, dizem que
não pode ir além de 540 reais porque, senão, vai quebrar a Previdência.
Ora, Presidente, enquanto continuarmos com esse
tipo de pretensão, vamos continuar vendo pessoas com as suas carrocinhas na
rua, açoitando os animais para realizar o seu trabalho, fazendo com que alguns
gurizinhos de hoje, não com o prazer que eu tinha quando era menino, mas por
necessidade, fiquem ajudando o pai, e, mais do que isso, haverá carrinheiros no
meio da rua, em pleno século XXI, fazendo tração humana. Isso é profundamente
desagradável, e eu, obviamente, com toda a restrição que coloco na timidez
deste Projeto, não posso deixar de me somar a ele na expectativa de que ele
seja um começo, um início, para que vá mais longe e se faça verdadeiramente um
grande Projeto de valorização humana nesta Cidade!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10, pela oposição.
O SR. ADELI
SELL: Meu
caro Presidente, faço este encaminhamento porque quero defender a Emenda
“Melo”. O colega Sebastião Melo fez uma Emenda para destinar 10% das multas da
EPTC para esse Fundo. Acho isso extremamente importante, porque aqueles que têm
automóveis e que transgridem, que fazem barbaridades, devem ser multados, e uma
parte disso tem que ir para esse Fundo para a humanização da Cidade. E aquelas
pessoas que são do campo, do Interior - como nós, Ver. Bernardino Vendruscolo,
que é da grande Iraí -, indiscutivelmente sabem da importância que tem o trato,
homem e animal, o respeito ao bicho, como o Brasinha fez questão de chamar a
atenção.
Portanto, eu achava que o Projeto seria
desnecessário, porque já temos um Projeto; só faltaria regulamentar a lei que
propus, entretanto venho aqui, como oposição, para defender o Projeto do Governo.
Pode ser contraditório, mas para o bem da Cidade estamos com o Governo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 014/10.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, meu amigo Ver. Brasinha, que também encaminhou aqui, meus
parabéns. Na verdade temos que fazer o nosso papel, a cobrança deste Projeto da
tração animal, sendo que o prazo dele é muito extenso, foi votado aqui, e deram
o prazo de oito anos, V. Exª falou que estamos no segundo ano, mas, se Deus
quiser, nos próximos seis anos, será implementado. Vou encaminhar, pela Bancada
do PDT, em meu nome e em nome do Ver. João Bosco, favoravelmente ao Projeto do
Executivo, do Prefeito José Fortunati, porque acho importante para a Cidade.
Nós, do PDT, votaremos contra a Emenda porque não podemos mexer no orçamento da
EPTC neste momento. Uma coisa que os Vereadores não devem fazer é mexer em
orçamento das autarquias, das fundações ou até mesmo das próprias Secretarias.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o PLCE nº 014/10. Não há mais quem
queira encaminhar. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada por esta Presidência,
a Emenda nº 01 ao PLCE nº 014/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 05 votos SIM, 10 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
Em votação o PLCE nº 014/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4226/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/10, que dispõe sobre os Centros
Administrativos Regionais (CARs) e dá outras providências. Com Emendas nos
01 a 03.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e
das Emenda nos 01 a 03.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,
§ 1º,
I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCE nº 012/10. (Pausa.) Não há
quem queira discutir.
Em votação o bloco das Emendas nº 01 a nº 04 ao
PLCE nº 012/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação o PLCE nº 012/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4227/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 054/10, que cria cargos em comissão e função
gratificada na Administração Centralizada e altera a redação da letra “c” do
Anexo I da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988. (Coordenador e Gestor)
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Toni Proença: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-12-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 054/10. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 054/10.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
claro que o adiantado da hora não recomenda uma discussão mais aprofundada, mas
o que nós estamos votando agora é a criação dos seguintes cargos: Coordenador,
CC; Gestor D, CC; Gestor D, que não consta CC, deve ser funcionário de quadro.
Todos da Administração da Secretaria Municipal de Coordenação Política e
Governança Local.
Eu acho, Sr. Presidente, que este Projeto
precisaria ser votado em conjunto com outro. Este se destina a quê? Está aqui,
claramente: mencionada a proporção, prevê uma estrutura diferenciada para o
CAR/Centro, que nós acabamos de aprovar, e visa avançar no desenvolvimento da
descentralização administrativa e da democracia local. Bom, como é que não vou
ser contra a descentralização da democracia? Não há possibilidade de ser. E com
o Projeto está sendo previsto o seguinte, está bem claro (Lê.): “[...] criação
de quatro Cargos em Comissão e uma Função Gratificada, na forma prevista no
art. 1º do presente Projeto de Lei. É um Projeto que, esclarecido, a gente pode
votar, e votar favoravelmente, com toda a tranquilidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o PLE nº 054/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção da Verª Sofia Cavedon e voto contra do Ver.
Pedro Ruas.
Em
votação o ajuste na composição das Comissões Permanentes, em decorrência de
acordo efetuado entre os solicitantes e as respectivas Bancadas: o Ver. Paulo
Marques passa a integrar a CUTHAB, na vaga do Ver. Elias Vidal, que passa a
compor a CECE, na vaga na Ver.ª Juliana Brizola, que, por sua vez, passa a
integrar a CEDECONDH, na vaga deixada pelo Ver. Paulo Marques em 20 de dezembro
de 2010. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o ajuste na composição das
Comissões Permanentes permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 18h19min): Está encerrada a Ordem do Dia.
O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu venho fazer, neste momento de Liderança, uma homenagem
importante para a Cidade, que é a homenagem ao centenário da formatura em
Medicina do Professor Manuel José Pereira Filho, de 1910 a 2010. Ele foi
Patrono da cadeira 45 da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina.
(Lê.) “Manuel José Pereira Filho nasceu no dia
10 de fevereiro de 1888, em Porto Alegre, filho do Comendador Manuel José
Pereira e de Belmira Martins Pereira, e irmão de outro grande médico, o professor
Oscar Pereira. Diplomou-se em Farmácia em 1907 e em Medicina no dia 15 de
dezembro de 1910, tendo defendido tese sobre incompatibilidade medicamentosa,
também aprovada com distinção. Em 1913, fez curso de especialização em
Microbiologia e Zoologia Médica no Instituto Osvaldo Cruz no Rio de Janeiro,
tendo sido aluno de Carlos Chagas e de Antonio Cardoso Fontes. Pereira Filho
teve sempre uma íntima relação com a Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre. Em 1915, o Provedor da Santa Casa de Misericórdia nomeou-o adjunto da
9ª Seção. Nesse mesmo ano, foi homenageado e nomeado chefe da Seção de
Parasitologia do Instituto Osvaldo Cruz de Porto Alegre.
“Em 1916, fundou o Instituto Pereira Filho, que
foi reconhecido como de utilidade pública por decreto federal. Não era um
simples estabelecimento industrial, mas ‘uma verdadeira escola médica’, como
referiu o Professor Annes Dias ao visitá-lo. No Instituto Pereira Filho, foram
executadas inúmeras teses de médicos e farmacêuticos, também eram realizados
exames gratuitos para enfermarias da Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre. Getúlio Vargas, ao visitar o Instituto, disse: ‘Deixo consignado o meu
sentimento de admiração como brasileiro e de orgulho como rio-grandense’.
Pereira Filho e Oscar Pereira foram os idealizadores da Praça Osvaldo Cruz
localizada em frente ao Laboratório Pereira Filho.
“Em 1925, examinou as águas do Rio Guaíba, Jacuí
e Caí, a fim de se localizarem os melhores pontos de captação de águas, sob o
ponto de vista bacteriológico, para o abastecimento público da cidade. Em 1926,
foi designado Diretor da Enfermaria de Medicina do Hospital da Sociedade
Portuguesa de Beneficência de Porto Alegre. Em 1930, a mesa administrativa da
Santa Casas de Misericórdia denominou a 24ª Enfermaria (pele e sífilis) de
Enfermaria Comendador Manuel José Pereira (nome de seu pai) e nomeou-o seu
Diretor efetivo. Em 1932, tornou-se Professor Catedrático de Microbiologia da
Faculdade de Medicina de Porto Alegre.
“Em 1934, foi eleito Presidente efetivo do
Sanatório Belém, sendo considerado o seu principal fundador. O Sanatório Belém
foi considerado o maior e o melhor hospital para tuberculose de que dispunha o
Brasil. Essa obra se deve muito a Pereira Filho, à sua competência, ao seu
esforço e tenacidade. Esse Sanatório prestou amparo a milhares de tuberculosos
e constituiu-se numa verdadeira escola de tisiologistas. Atualmente, segue,
desde 1975, sendo um grande Hospital Geral prestando relevante serviço à
comunidade. Em 1951, foi convidado pelo Presidente Getúlio Vargas para exercer
a Direção do Serviço Nacional de Tuberculose, com sede no Rio de Janeiro. Nesse
serviço, desenvolveu intensa atividade, dando nova orientação ao combate da
tuberculose. Com seu apoio foi criado um pavilhão anexo à Santa Casa de Misericórdia
de Porto Alegre, que leva hoje o seu nome “Pavilhão Pereira Filho”, considerado
um grande centro de tratamento de doenças pulmonares, onde foi realizado o
primeiro transplante pulmonar da América Latina.
“Pereira Filho tem inúmeros títulos e trabalhos originais
de alta relevância social e científica. É citado em vários livros
internacionais, entre os quais a bibliografia de trabalhos do Instituto Pasteur
de Paris. Foi sócio-benfeitor da Cruz Vermelha Brasileira, Professor Honoris Causa da Faculdade Fluminense de
Medicina, Professor Catedrático de Microbiologia da Faculdade de Medicina e
Farmácia de Porto Alegre, Professor Emérito da UFRGS, Paraninfo de diversas
turmas da Faculdade de Medicina e Farmácia, entre outros. Realizou estudos
sobre a imunização antituberculosa, estudando a parte experimental do B.C.G.,
contribuindo para o início da vacinação antituberculosa. Inaugurou, ao lado do
Instituto Pereira Filho, o Dispensário Antônio Fontes, destinado a fornecer
gratuitamente a vacina B.C.G.
“Pereira Filho honrou o Brasil e, sobretudo, a
ciência rio-grandense. Sua obra demonstrou uma elevada capacidade técnica,
administrativa, um grande amor à ciência, um insuperável valor humanístico. Tem
seu nome ligado intimamente não só à ciência, mas à Medicina Caritativa e, em
especial, à luta da grande cruzada contra a tuberculose. A família de Pereira
Filho gerou mais de vinte médicos, sendo diversos professores de Medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, destacando seu filho, Professor
Artur Oscar Garcia Pereira, que empresta seu nome à Biblioteca do HPS. Seus
netos e bisnetos continuam atuando em diversos hospitais de Porto Alegre,
destacando-se, entre eles, o Hospital Parque Belém”. Pereira Filho foi um
grande médico, cientista, benemérito, humanitário, ele merece a homenagem da
cidade de Porto Alegre. Saúde para todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
obrigado pela atenção, pelo carinho. Agradeço ao Ver. João Bosco Vaz a cedência
deste espaço, como Líder do PDT. Quero fazer um registro, já que volto a esta
Casa depois da eleição de 2008. Naquele momento, pensava que tinha ido muito
mal nas eleições, pois havia ficado na quinta suplência, tinha feito 4.626
votos. Depois, Ver. Elias, a gente começa a analisar os números, os 4.626
votos, e, no momento em que tenho esta oportunidade, preciso dizer o quanto foi
difícil.
Quero agradecer a algumas pessoas, em especial a
Deus, por ter permitido que eu concorresse naquela eleição e feito os 4.626
votos. Depois, agradeço à minha esposa Gorete, aos meus filhos, pois todos nós
sabemos o quanto sofrem os filhos a cada eleição. O Vinícius, o Mariozinho e o
Tales sofreram pela minha ausência nas seis eleições pelas quais passei para
concorrer a Vereador. Todos aqui sabem o quanto é desgastante e o quanto a
gente abandona os filhos. Mas, neste momento, faço esta homenagem à minha
esposa, a meus filhos e irmãos, porque, graças a Deus, todos me ajudam - o
Érico, a Sandra, a Bete, o Elto e a Érica -, à minha querida mãezinha, que,
depois de amanhã, fará 85 anos. Todos os que ainda têm mãe sabem o quanto elas
sofrem a cada eleição de um filho. Então, no dia 23, minha mãe fará 85 anos, e
Deus me proporcionou a possibilidade de passar o aniversário dela como Vereador
da nossa Capital, da cidade de Porto Alegre, que é um fato superimportante na
nossa vida e, em especial, da minha família. Agradeço à família toda, à família
Pinto, à família Fraga. Em nome do André Fraga, agradeço a todos os meus
familiares. Em nome da Dona Maria, minha sogra, agradeço a toda a família da
minha esposa, pois para chegar a 4.626 votos não é fácil, todos nós sabemos.
Eu queria agradecer também à comunidade do
Extremo Sul, no todo, já que lá, na zonal 161, eu fiz 2.007 votos. Queria
agradecer à comunidade da Restinga; Belém Novo, em especial, que é o meu
bairro; Chapéu do Sol, Ponta Grossa, Lami e adjacências, inclusive a gente teve
voto lá no Cantagalo. Neste momento, não quero esquecer de ninguém: o Bairro
Lajeado, onde fui um dos mais votados, perdendo apenas para o nosso colega Ver.
Dr. Thiago; pessoal lá da Ponta Grossa: meu amigo Cilon, o Beto, o Roberto, do
Cruzeiro, onde participo das reuniões todas as terças-feiras; a turma dos
Velhos Amigos, uma confraria que a gente tem há 34 anos. Agradeço, em nome do
Presidente, Dr. Carlos Presser, ao Carlinhos, do 10º Tabelionato; agradeço
também ao Sandro, do 6º Tabelionato, dois cartórios que me ajudaram muito
naquela eleição.
E hoje o Prefeito Fortunati me convocou para
assumir, mesmo não sendo o Vereador que deveria assumir, e sim o Luciano
Marcantônio. Mas o Prefeito José Fortunati me pediu para vir ajudá-lo e deixar
o Luciano nas suas atividades, já que nós temos 17 projetos do Executivo.
Agradeço à turma do Canto, na pessoa do Ataíde, do Tabajara, toda a turma de
Júlio de Castilhos, que me ajuda desde a primeira eleição; ao pessoal da
Serraria, da Vila dos Sargentos, na pessoa do Marcindo, da Nara; ao pessoal da
Assembleia Legislativa: Hermes, Casulo, Ivan, Ana. Agradeço aos amigos do
Jardim Vila Nova, do Passo D’Areia, do Lindóia, do Jardim Lindóia, do Cristal
e, em especial, também da Vila Farrapos, lá onde a Vó Teresa muito me ajudou,
ela veio a falecer neste mês de dezembro, mas a família toda da Vila Farrapos
ficou lá. Em nome da Família da Vila Farrapos, o tio Terson, eu queria
agradecer a todo esse pessoal.
Sr. Presidente, sei que hoje nós estamos
encerrando com confraternização. Eu agradeço também por este ano que trabalhei
com Vossa Excelência, Presidente Tessaro, como Diretor desta Casa; o carinho
que V. Exª teve pelo Diretor Mario Fraga. Parabenizo V. Exª por esse brilhante
trabalho como Presidente da Casa. Quero dizer que isso fica nos Anais, e tenho
certeza de que depois Vossa Excelência, para os seus filhos e para os seus
netos, verá o quanto foi importante o seu trabalho aqui. Muito obrigado a
todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais inscrições, encerramos a
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h31min.)
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